Um novo caminho para a exploração espacial foi lançado
em 29 de maio. A Planetary Resources, companhia americana que pretende
minerar asteroides, criou campanha de crowdfunding para desenvolver um
telescópio espacial de uso compartilhado. O valor almejado, de US$ 1
milhão, deve ser atingido em breve.
O diferencial não reside na tecnologia do Arkyd 100,
como foi batizado o telescópio, mas em seu sistema de financiamento
público, via Kickstarter, até então inédito para essa finalidade.
Conforme a porta-voz da empresa, Stacey Tearne, o projeto quebra
barreiras de acesso ao espaço e coloca a tecnologia de exploração
avançada nas mãos de cientistas e estudantes.
Uma contribuição de US$ 25, além de colaborar para a
viabilização do projeto, garante ao doador uma foto sua no espaço. A
imagem escolhida será exibida em tela LCD no próprio Arkyd, cujo
conjunto de câmeras fará o registro fotográfico com o planeta Terra ao
fundo. Em seguida, o arquivo é transmitido ao financiador.
Quanto maior a doação, maiores são os benefícios. Quem colabora com US$
10 mil, por exemplo, tem direito a: alocação de tempo de uso para
instituição de ensino a sua escolha, foto de si mesmo em alta definição
no espaço, ingressos para os eventos de conclusão do telescópio e de seu
lançamento, assinatura na aeronave, acesso ao telescópio para
observações detalhadas e um ano de associação na Sociedade Planetária,
nos Estados Unidos.Até 18 de junho, o total arrecadado já atingia quase US$ 920 mil,
comprovando o sucesso da iniciativa. Stacey explica que qualquer recurso
captado além da meta vai ser direcionado para ampliação do acesso ao
Arkyd para salas de aula, museus e centros de ciência, além do uso
adicional para os apoiadores individuais via Kickstarter.O projeto conquistou adeptos importantes, como os atores Seth Greeen,
Brent Spiner e Rob Picardo, o cientista e apresentador Bill Nye
(conhecido como “the Science Guy”), o cineasta e futurista Jason Silva, o
executivo Richard Branson, da companhia Virgin, e a astrofísica Sara
Seager, que define a iniciativa como “fantástica”. “Arkyd pode preparar o
terreno para uma espécie de revolução no acesso barato ao espaço”, diz
ela.Segundo Sara, o projeto abre um espaço democrático, bem distante dos
modelos adotados pelas agências espaciais. Ela também destaca que o
Arkyd 100 é muito mais barato do que qualquer outro telescópio espacial
até hoje. “Uma versão mais sofisticada de seu telescópio pode ser útil
para minha própria pesquisa científica”, completa a professora de
Ciências Planetárias no renomado MIT (Massachusetts Institute of
Technology).
Quem também revela entusiasmo com o projeto é Jason
Silva. Para ele, o Arkyd é um instrumento maravilhoso, que amplia o
nervo óptico da humanidade. “Representa o melhor de nós: o nosso desejo
de exploração, de testar os nossos limites e de superá-los”, afirma.
O futurista acrescenta ainda que apoia o projeto por
enxergar nele referenciais do seu trabalho, que se concentra em celebrar
criatividade e tecnologia. “Parte do que eu faço é promover grandes
ideias e torná-las acessíveis a um público mais vasto. Eu acho que o
Arkyd era uma aliança natural por compartilharmos a mesma mensagem”,
diz.
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