sábado, 28 de dezembro de 2013

De volta aos holofotes, Lua recebe missões chinesa e americana

A Lua voltou a ser um destino requisitado - e não apenas turístico, em planos ousados para o futuro. No dia 14, a sonda chinesa Chang'e 3 foi a primeira a realizar um pouso “suave” no satélite natural da Terra em 37 anos. A missão faz companhia à Ladee (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer), da Nasa, que estuda a atmosfera da rocha desde o fim de novembro. Mas, 65 anos depois de o primeiro objeto terrestre alcançar a superfície lunar, o que falta descobrir sobre ela?

De acordo com Rui Barbosa, editor do Boletim Em Órbita, publicação sobre astronáutica, ainda há muito a ser estudado. “A cada segredo que é desvendado, muitos outros surgem no nosso horizonte, e muitos desses mistérios podem nos ajudar a compreender não só a dinâmica e a forma como a Lua se formou, mas também a forma como o nosso planeta e todo o Sistema Solar evoluiu”, afirma.

As duas missões, a chinesa e a americana, têm objetivos bem diferentes. A Chang'e 3, cujos detalhes não foram revelados em sua plenitude, possui um viés mais político, já que se trata de mais um marco na história da exploração espacial chinesa: um pouso na Lua. “Mas, de qualquer forma, a ciência sempre acaba se beneficiando dessa ‘corrida espacial’”, aponta João Batista Garcia Canalle, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro com pós-doutorado em astronomia pela University College London, da Inglaterra. 
Já a Ladee, lançada em setembro e em órbita desde novembro, vislumbra um horizonte plenamente científico: “Determinar a densidade da tênue exosfera lunar, bem como sua composição e variabilidade temporal, antes que ela seja perturbada por atividades humanas naquele corpo celeste. E também determinar se uma certa difusa emissão observada pelos astronautas das Apollos, a dezenas de quilômetros acima da superfície, era um brilho de sódio ou poeira”, segundo Canalle.

Essa “poeira” foi avistada ainda no início da década de 1970, pelos astronautas das missões Apollo, os primeiros e últimos (humanos) a pisar na superfície lunar. Com cortes no orçamento da Nasa, os Estados Unidos não enviarão no futuro próximo missões tripuladas à Lua. Até hoje, apenas 12 homens desembarcaram por lá, no restrito período entre 1969 e 1972. 

A vez da China
Mais de 40 anos depois, os chineses se credenciam para ocupar o espaço. A sonda Chang’e 3 sucede as Chang’e 1 e 2, que orbitaram o satélite natural. Caso tenha sucesso, a Chang’e 3 realizará o primeiro pouso “suave” desde a missão soviética Luna 24, em 1976. Depois dela, em 2015, está programa a quarta missão chinesa à Lua, que também levará uma sonda à superfície. A quinta missão, prevista para 2017, prevê a extração de material lunar e seu transporte para a Terra.
O passo seguinte, então, seria a missão tripulada. No cronograma chinês, a empreitada pode ocorrer entre 2025 e 2030. A menos que surjam concorrentes no meio do caminho, é provável que somente então, mais de cinco décadas depois da Apollo 17, o ser humano retorne ao seu satélite natural.

Barbosa cogita ainda, para um futuro de médio prazo, a abertura da exploração dos recursos naturais da Lua para empresas privadas. “Mais cedo ou mais tarde, vai levar a uma verdadeira corrida a esses recursos naturais”, acredita.

Importância
Para o Dr. Canalle, voltar à Lua é importante - de preferência, com a união de diversas nações em prol desse objetivo, como na Estação Espacial Internacional. “Acredito que o mundo precisa ver que nossas fronteiras geográficas e científicas precisam ser expandidas, assim como fizeram Colombo e outros”, afirma. “Apenas que agora nossas caravelas viajam pelo espaço, e não mais sobre os oceanos. Nosso instinto aventureiro e curioso continua a nos levar para o espaço, com a vantagem de que esta viagem não mais, talvez, será feita por uma nação, mas  por várias juntas”.
Daqui a alguns anos, muitas gerações terão nascido depois dos pousos lunares. “Algumas pessoas nem mesmo acreditam que o homem um dia esteve lá, o que é um absurdo”, diz. Segundo o professor, um retorno à Lua despertaria muitos jovens para as ciências aeroespaciais e reforçaria políticas de países que investem no domínio de tecnologias espaciais. “Ou seja, não há dúvida de que novos pousos lunares tripulados seriam fenômenos extraordinários”.

Serviço de Meteorologia britânico fará 'previsões do tempo no espaço'

Met Office, Serviço Nacional de Meteorologia do Reino Unido, começará a oferecer previsões diárias do tempo no espaço. O serviço, que funcionará 24 horas, pretender ajudar empresas e departamentos governamentais a saber com antecedência sobre tempestades solares que podem interromper o funcionamento de satélites, comunicações por rádio e redes elétricas.

A primeira previsão deve acontecer por volta de março ou abril de 2014, durante a primavera no hemisfério norte. O Departamento de Negócios do governo britânico irá financiar o projeto com 4,6 milhões de libras (R$ 17,7 milhões) durante os próximos três anos.
O Met Office pretende desenvolver melhores maneiras de prever o tempo no espaço em colaboração com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

Tempestades solares
As "condições de tempo" no espaço são determinadas por partículas energéticas do Sol. Proeminências solares (espécie de labaredas que se destacam da superfície do Sol) e erupções na atmosfera solar - conhecidas como ejeções de massa coronal - são fontes poderosas de tempestades solares potencialmente destrutivas.

Elas tem o potencial de prejudicar componentes sensíveis de satélites e induzir sobrecargas elétricas que são fortes o suficiente para derrubar redes de distribuição de energia na Terra. Um grande blecaute em Québec, no Canadá, em 1989, foi atribuído a uma tempestade solar.

A atividade do Sol atinge seu ápice a cada 11 anos, quando as emissões solares se tornam mais intensas. A estrela está atualmente em uma dessas fases.

"A ciência do tempo espacial é relativamente pouco desenvolvida, mas o conhecimento sobre ela está aumentando rapidamente", disse Mark Gibbs, chefe da divisão de tempo espacial no Met Office.

O projeto do órgão, segundo ele, pretende "acelerar o desenvolvimento de melhores modelos do clima no espaço e de sistemas de previsão que tornem mais eficiente o uso dos dados sobre o tempo espacial".

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Astronautas vão fazer caminhada espacial para realizar reparos na ISS

Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) anunciou nesta terça-feira que seus astronautas deverão realizar três caminhadas espaciais a partir do sábado para fazer reparos na válvula danificada que provocou problemas no sistema de refrigeração da Estação Espacial Internacional (ISS).

A agência espacial informou que está previsto que os dois astronautas americanos da expedição 38 da Estação Espacial, Rick Mastracchio e Mike Hopkins, substituam a bomba de refrigeração defeituosa em uma atividade extraveicular, depois que as tentativas de repará-la por outros meios não foram bem sucedidas.

As caminhadas espaciais devem durar em torno de seis horas e meia e serão realizadas nos dias 21, 23 e 25, informou a Nasa em comunicado . Os dois astronautas revisaram hoje os trajes espaciais que vão utilizar para o trabalho no exterior da ISS.

A atividade consistirá em substituir a bomba por outra armazenada em um módulo externo. O aparelho é utilizado para regular o fluxo de amoníaco no exterior da ISS para a refrigeração dos equipamentos eletrônicos da estação.

A Nasa avaliou o modo de operação para consertar o defeito, que ocorreu no último dia 11 e não causou graves problemas no dia a dia da missão espacial da estação, onde vivem seis tripulantes, os dois americanos, três russos e um japonês.

No entanto, o contratempo causou um atraso no lançamento do módulo de carga Cygnus, da empresa privada Orbital Science, que estava previsto para ser lançado esta semana.

A Nasa considerou que o lançamento terá que ser adiado até meados de janeiro, para que a tripulação da ISS dedique todo o tempo para consertar a avaria.

Astronautas vão fazer caminhada espacial para realizar reparos na ISS

Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) anunciou nesta terça-feira que seus astronautas deverão realizar três caminhadas espaciais a partir do sábado para fazer reparos na válvula danificada que provocou problemas no sistema de refrigeração da Estação Espacial Internacional (ISS).

A agência espacial informou que está previsto que os dois astronautas americanos da expedição 38 da Estação Espacial, Rick Mastracchio e Mike Hopkins, substituam a bomba de refrigeração defeituosa em uma atividade extraveicular, depois que as tentativas de repará-la por outros meios não foram bem sucedidas.

As caminhadas espaciais devem durar em torno de seis horas e meia e serão realizadas nos dias 21, 23 e 25, informou a Nasa em comunicado . Os dois astronautas revisaram hoje os trajes espaciais que vão utilizar para o trabalho no exterior da ISS.

A atividade consistirá em substituir a bomba por outra armazenada em um módulo externo. O aparelho é utilizado para regular o fluxo de amoníaco no exterior da ISS para a refrigeração dos equipamentos eletrônicos da estação.

A Nasa avaliou o modo de operação para consertar o defeito, que ocorreu no último dia 11 e não causou graves problemas no dia a dia da missão espacial da estação, onde vivem seis tripulantes, os dois americanos, três russos e um japonês.

No entanto, o contratempo causou um atraso no lançamento do módulo de carga Cygnus, da empresa privada Orbital Science, que estava previsto para ser lançado esta semana.

A Nasa considerou que o lançamento terá que ser adiado até meados de janeiro, para que a tripulação da ISS dedique todo o tempo para consertar a avaria.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Irã anuncia envio de segundo macaco ao espaço

Imagem mostra o macaco que teria ido ao espaço Foto: BBCBrasil.com 

O Irã anunciou neste sábado ter recuperado ileso na Terra um macaco enviado ao espaço a bordo de um foguete, na segunda operação deste tipo como parte de seu polêmico programa balístico. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, transmitiu uma mensagem de felicitação aos engenheiros e cientistas que foi divulgada pela agência de notícias Irna.

Em janeiro, o Irã anunciou o envio de um macaco ao espaço com êxito e informou que o havia recuperado são e salvo no retorno à Terra. Mas o sucesso da missão ficou sob suspeita quando o país apresentou à imprensa, após o pouso, um macaco diferente do enviado ao espaço.

A primeira tentativa do país fracassou em setembro de 2011.

O programa espacial iraniano provoca inquietação entre os países ocidentais, que suspeitam que Teerã tenta adquirir conhecimentos e experiência necessários para utilizar armas com cargas nucleares.


Sonda pousa na Lua neste sábado e faz da China o 3º país em solo lunar

A primeira sonda lunar da China entrou nesta sexta-feira na órbita do satélite natural da Terra, noticiou a imprensa oficial do país, uma manobra que representa um passo importante para o pouso da nave, previsto para o fim do mês.

A primeira sonda lunar chinesa deve pousar neste sábado no satélite natural. Foram menos de três semanas depois do lançamento do equipamento e, quando descer, fará da China o terceiro país a enviar uma sonda à Lua, depois da União Soviética e dos Estados Unidos.​
A espaçonave Chang'e-3 - nome da deusa da Lua segundo a mitologia chinesa, liberará a sonda Yutu (Coelho de Jade), animal de estimação da deusa. O objetivo é explorar a superfície e buscar recursos naturais no satélite.

A missão da sonda foi saudada com expressões de orgulho por internautas chineses e pelo governo de Pequim, que quer capitalizar a excitação despertada pela façanha, que vende réplicas da Coelho de Jade feitas em zinco e prata.

A Yutu tem seis rodas, quatro câmeras e dois braços mecânicos que conseguem cavar até 30 metros para retirar amostras do solo. Movida a energia solar, o equipamento vai explorar a estrutura da superfície lunar por pelo menos três meses.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Cometa do século teria sobrevivido à aproximação com o Sol, dizem cientistas

O cometa Ison, ou alguma parte dele, teria sobrevivido ao encontro com o Sol, afirmaram os cientistas. O pedaço de rocha gigante de gelo e areia foi inicialmente declarado morto quando não conseguiu emergir por detrás da estrela com o brilho esperado pelos astrônomos.

Tudo que poderia ser visto nas imagens dos telescópios era uma leve mancha - seu núcleo e sua cauda pareciam destruídos. Mas imagens recentes indicaram um brilho do que seria um pequeno fragmento do cometa. Astrônomos admitiram surpresa e satisfação, mas agora se mantêm cautelosos de que algo possa acontecer nas próximas horas ou dias. Se o cometa (ou o que sobrou dele) pode continuar a brilhar, ou simplesmente sumir de vez.

"Nós temos acompanhado esse cometa por um ano e todo o caminho tem nos surpreendido e confundido", disse o astrofísico Karl Battams, que lidera o projeto Sungrazing Comets na agência espacial americana, a Nasa.
A Agência Espacial Europeia também havia sido uma das primeiras organizações a sentenciar a morte de Ison, mas reavaliou a situação. Uma pequena parte do núcleo pode estar intacto, dizem especialistas.

Dúvida
Ainda não se sabe, entretanto, qual parcela da massa de gelo de 2 quilômetros sobreviveu. Segundo especialistas, Ison teria sido seriamente afetado ao passar a 1,2 milhão de quilômetros acima da superfície do Sol, uma distância razoavelmente pequena considerando as dimensões espaciais.

Durante esse percurso, sua camada de gelo teria vaporizado rapidamente sob temperaturas acima de 2 mil graus Celsius. A imensa gravidade da estrela também teria impactado o pedaço de rocha.

Segundo a especialista Karl Battams, "nós gostaríamos de ter alguns dias apenas para olhar as imagens que vêm da aeronave espacial (de observação, pertencente à Nasa), e que nos permitirá avaliar o brilho do cometa que estamos vendo agora, e como esse brilho muda".

"Isso talvez nos dê uma ideia da composição desse objeto e o que acontecerá com ele nos próximos dias ou semanas".

Independente do que acontecer adiante, os cometas devem voltar a ter importância no próximo ano. Daqui a praticamente um ano, o Cometa Siding Spring vai passar a uma distância de menos de 100 mil quilômetros de Marte. E, em novembro de 2014, a missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia, tentará inserir uma sonda no núcleo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

domingo, 24 de novembro de 2013

Conheça os exoplanetas mais estranhos

  Exoplanetas (também conhecidos como planetas alienígenas ou mundos alienígenas) são os planetas que não estão em nosso Sistema Solar. É impossível calcular quantos exoplanetas existem, porém, até meados de Novembro de 2013, mais de 1.000 deles já foram catalogados.

         Nessa matéria especial, vamos conhecer os 20 exoplanetas mais estranhos e curiosos que se tem conhecimento... pelo menos, até o momento. 
O menor de todos

         O conceito artístico de Kepler-10b mostra o menorexoplaneta conhecido. Um planeta rochoso apenas 1,4 vezesmaior que a Terra. Anunciado em Janeiro de 2011 e descoberto pelo Observatório Kepler.


O maior de todos

         O maior exoplaneta já descoberto é também um dos mais estranhos e, teoricamente, não deveria sequer existir, dizem os cientistas. Chamado TrES-4, o planeta é cerca de 1,7 vezes o tamanho de Júpiter e pertence a uma pequena subclasse dos chamados planetas inchado que têm densidades extremamente baixas. O planeta está a cerca de 1.400 anos-luz de distância da Terra e seu período orbital é de apenas 3,5 dias. 

O mais próximo

         Epsilon Eridani b orbita uma estrela laranja tipo-Sol, a apenas 10,5 anos-luz de distância da Terra. É tão perto de nós que em breve nossos telescópios poderão fotografá-lo. Ele orbita longe demais de sua estrela para suportar água líquida ou a vida como a conhecemos, mas os cientistas prevêem que existam outras estrelas no sistema que podem ser boas candidatas para a vida alienígena.


O pesadelo vulcânico

         O planeta CoRoT-7b foi o primeiro planeta rochoso confirmado fora do Sistema Solar, mas não se parece com um lugar agradável para se viver. Ele está preso gravitacionalmente à sua estrela-mãe, e enfrenta infernais 2.200 graus Celsius. Também pode chover pedras por lá. É melhor passarmos em longe dele.



O triplo pôr do sol

         O planeta de Luke Skywalker (Tatooine) do filme Star Was tinha 2 sóis, mas isso é insignificante se compararmos a um planeta semelhante a Júpiter, a 149 anos-luz da Terra. Este planeta tem três sóis, e sua principal estrela tem massa semelhante à do nosso Sol. O sistema de três estrelas é conhecido como HD 188753. Assim como Tatooine, o planeta é provávelmente muito quente, e orbita muito próximo de sua estrela principal, completando sua órbita a cada 3,5 dias. 

O mais frio e distante

         Com uma temperatura de superfície de -220 graus Celsius, o planeta extra-solar conhecido como OGLE-2005-BLG-390Lb é provávelmente o planeta alienígena mais frio. Possui cerca de 5,5 vezes a massa da Terra e acredita-se que seja rochoso. Ele orbita uma estrela anã vermelha a cerca de 28.000 anos-luz de distância, tornando-o o exoplaneta mais distante conhecido atualmente.


O mais quente

         Um planeta chamado WASP-12b é o planeta mais quente já descoberto com temperatura média de cerca de 2.200 graus Celsius, e orbita sua estrela mais perto do que qualquer outro planeta conhecido, completando seu período orbital a cada 1 dia terrestre, a uma distância de 3.400 km. WASP-12b é um planeta gasoso, com cerca de 1,5 massas de Júpiter, e quase o dobro do tamanho. Está a 870 anos-luz da Terra.

Super Terra

         Os astrônomos estão encontrando muitos exoplanetas, e agora existe uma categoria de planetas chamados Super-Terras, que possuem entre 2 a 10 vezes a massa da Terra. Alguns cientistas acreditam que tais planetas poderiam ser mais suscetíveis a desenvolver as condições para a vida, porque seus núcleos são quentes e seriam favoráveis à alterações geológicas através de vulcanismo e placas tectônicas.


O mais velho

         O planeta mais antigo que conhecemos tem 12.700.000.000 de anos de idade, e se formou a mais de 8 bilhões de anos antes da Terra e apenas 2 bilhões de anos após o Big Bang. A descoberta sugere que planetas são muito comuns no universo, e levantou a possibilidade de que a vida começou muito mais cedo do que a maioria dos cientistas jamais imaginou.


O mais jovem

         O exoplaneta mais jovem já descoberto tem menos de 1 milhão de anos de idade e orbita Coku Tau 4, a 420 anos-luz de distância. Astrônomos perceberam a presença do planeta a partir de um enorme buraco no disco de poeira ao redor de uma estrela. O buraco tem 10 vezes o tamanho da órbita da Terra em torno do Sol e, provavelmente é causado pelo planeta adquirindo seu espaço no meio da poeira.


O super Netuno

         Enquanto Netuno tem um diâmetro 3,8 vezes maior que o da Terra e 17 vezes a massa da Terra, o novo exoplaneta chamado HAT-P-11b é 4,7 vezes o tamanho da Terra e tem 25 massas terrestres. O exoplaneta recém-descoberto orbita muito perto de sua estrela, resultando em uma temperatura de cerca de 590 graus Celsius. A sua estrela tem cerca de 3/4 o tamanho do nosso Sol e é um pouco mais fria.


O mais inclinado

         A maioria dos exoplanetas orbitam em um plano que corresponde ao equador de sua estrela-mãe, porém a órbita deXO-3b, tem uma inclinação de 37 graus com relação ao equador de sua estrela. O único outro exemplo conhecido de uma órbita tão inclinada era o de Plutão, até o seu rebaixamento para status de planeta anão.


O mais rápido

         SWEEPS-10 orbita sua estrela a uma distância de apenas 1.190.914,00. Tão perto que um ano no planeta acontece a cada 10 horas terrestres. O exoplaneta pertence a uma nova classe de planetas extrasolares chamados de "planetas ultra-curto período" (USPPs em inglês), que têm órbitas de menos de um dia.



O planeta água

         O planeta extrasolar GJ 1214b é um planeta rochoso rico em água que fica a cerca de 40 anos-luz de distância. Ele orbita uma estrela anã vermelha. É o único "Super-Terra" conhecido que tem uma atmosfera confirmada. O planeta possui cerca de 3 vezes o tamanho da Terra e cerca 6,5 vezes mais massa. Os investigadores acreditam que ele seja um planeta de agua, com um núcleo sólido.


Atmosfera detectada

         Os astrônomos foram capazes de detectar a atmosfera em torno de vários exoplanetas, incluindo o HD 189733b, um dos primeiros exoplanetas que teve a composição de sua atmosfera detectada. Metano incandescente, o qual pode ser produzido naturalmente ou ser um subproduto biológico, foi detectado no planeta.



O mais perigoso

         Quando os astrônomos observaram WASP-18b, eles podem ter descoberto um planeta com os seus dias contados. Ele completa uma órbita em torno de sua estrela em menos de 1 dia terrestre. Os cientistas acreditam que essa velocidade juntamente com os fortes puxões gravitacionais podem alterar sua órbita. Se o planeta orbita mais rapido do que a rotação de sua estrela, ele irá gradualmente ser atraido na direção do seu sol, e sua condenação é quase certa.


O mais habitável

         Um dos vários planetas do sistema Gliese 581, chamado Gliese 581 d, pode ser um dos planetas alienígenas mais habitáveis ​que conhecemos. Ele tem cerca de 8 vezes a massa da Terra, e está localizado em uma órbita que torna possível a existência de água líquida em sua superfície. A água é um ingrediente essencial para a vida como a conhecemos. Gliese 581 é uma estrela anã vermelha, localizada a 20,5 anos-luz da Terra


O mais denso

         Uma dos mais densos exoplanetas conhecidos até hoje é COROT-exo-3b. É do tamanho de Júpiter, mas possui cerca de 20 vezes mais massa do que o mesmo, tornando-se cerca de duas vezes mais denso do que o chumbo. Os cientistas não descartam que COROT-exo-3b pode ser uma anã marrom, ou estrela fracassada.



O planeta de diamante

         Um planeta com a massa de Jupiter que orbita o recém-descoberto pulsar PSR J1719-1438 é provavelmente um diamante gigantesco. A ultra-alta pressão do planeta fez o carbono em seu interior se cristalizar em diamante, segundo os pesquisadores. E a estranheza não pára por aí. O planeta já foi provavelmente uma estrela, porém, a maior parte de sua massa foi sugada pelo seu companheiro pulsar, que está girando a uma taxa de 10 mil rotações por minuto. Ele se encontra a cerca de 4.000 anos-luz da Terra.


O planeta mais escuro

         distante exoplaneta TrES-2b, mostrado aqui na concepção artística, é mais escuro do que o carvão. Este planeta do tamanho de Júpiter reflete menos de 1% da luz que incide sobre ele, tornando-o mais negro do que qualquer planeta ou lua em nosso sistema solar. Ele está a 750 anos-luz da Terra.




Fon

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Nave Soyuz retorna à Terra com a tocha olímpica (11/11/2013)

nave Soyuz TMA-09M, com três tripulantes a bordo e a tocha dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014, retornou nesta segunda com sucesso à Terra, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais, (CCVE) da Rússia.

O módulo de descida da Soyuz, que trouxe de volta ao planeta o russo Fiodor Yurchikhin, a americana Karen Nyberg e e o italiano Luca Parmitano, aterrissou nas estepes do Cazaquistão.

Os tripulantes da Soyuz cumpriram uma missão de quase cinco meses na Estação Espacial Internacional (ISS).

Missão indiana a Marte sofre percalço, mas não um revés

A nave espacial indiana enviada a Marte sofreu uma breve falha mecânica nesta segunda-feira quando cientistas tentaram colocá-la em uma órbita mais alta em volta da Terra, mas os controladores negaram ter ocorrido qualquer revés nesta missão de baixo custo.

A Missão Orbitadora de Marte, lançada em 5 de novembro para uma viagem de 11 meses ao planeta vermelho, segue a um incomum método de "estilingue" em viagens interplanetárias.

Na falta de um foguete grande o suficiente para enviá-lo diretamente para fora da atmosfera terrestre e de seu empuxo gravitacional, a nave indiana deverá orbitar a Terra até o final do mês, enquanto ganha velocidade suficiente para se libertar desse empuxo.
Nesta segunda-feira, durante o quarto reposicionamento para levá-la a 100 mil quilômetros da Terra, os motores de propulsão falharam por pouco tempo, acionando o piloto automático.

"Não é um revés. Amanhã voltaremos a elevar a órbita para 100 mil quilômetros", disse à AFP um porta-voz da agência espacial indiana (ISRO, na sigla em inglês), Deviprasad Karnik.

A espaçonave se encontra atualmente em uma órbita de 78.276 quilômetros e voltará a ser elevada às 5h de terça-feira (21h30 de segunda-feira, horário de Brasília), indicou a ISRO em um comunicado.

É a primeira vez que a Índia se aventura em viagens interplanetárias em uma difícil empreitada, já que mais da metade de todas as missões a Marte terminaram em fracasso, incluindo a da China, em 2011, e a do Japão, em 2003.

O custo do projeto, de 4,5 bilhões de rúpias (US$ 73 milhões), corresponde a menos de um sexto dos US$ 455 milhões destinados para uma sonda que a Nasa (agência espacial americana) planeja mandar a Marte no final do mês.

O presidente da ISRO K. Radhakrishnan considerou a missão um "ponto crítico" para as ambições espaciais indianas, algo que permitirá provar suas capacidades na tecnologia de foguetes.

Acidente em centro espacial militar mata dois na Rússia

Dois oficiais morreram nesta terça-feira e três foram hospitalizados com queimaduras tóxicas, provocadas por um vazamento químico na plataforma de lançamento militar Plesetsk, na Rússia, informou o Ministério da Defesa.

O acidente aconteceu enquanto soldados limpavam um tanque de gás nitrogênio durante um procedimento de manutenção de rotina, informaram agências de notícias russas, citando uma autoridade do Ministério da Defesa.

A pasta não forneceu detalhes sobre o acidente e informou apenas que havia sido causado "pela falha dos oficiais em seguir os procedimentos de segurança".

O cosmódromo de Plesetsk, localizado 800 quilômetros ao norte de Moscou, foi desenvolvido na era soviética como plataforma de lançamento para mísseis balísticos intercontinentais.

A instalação, fortemente vigiada, agora serve como única alternativa da Rússia ao centro espacial de Baikonur, que Moscou aluga do Cazaquistão.

Nasa marca voo inaugural da nave Orion para setembro de 2014

O primeiro voo não tripulado da nave espacial americana Orion, sucessora do ônibus espacial e capaz de transportar astronautas para além da órbita da Terra, será realizado em setembro do ano que vem, informou a Nasa nesta terça-feira.

"Um grande progresso está sendo feito no avanço do programa Orion, o que permitirá um voo de teste da cápsula em setembro de 2014", segundo o previsto, disse durante coletiva de imprensa William Gerstenmaier, administrador associado da agência espacial americana, encarregado da exploração espacial tripulada.

A Orion só transportará astronautas depois de 2021. A cápsula espacial, que será lançada da base aérea de Cabo Cañaveral, na Flórida (sudeste dos Estados Unidos), dará duas voltas ao redor da Terra antes de retornar à atmosfera em alta velocidade.

Este voo tem como objetivo principal testar o escudo térmico da nave de cerca de duas toneladas e o sistema de paraquedas para o pouso previsto no Oceano Pacífico, ao longo da costa da Califórnia, disse Gerstenmaier.

Para este primeiro voo, a Orion será transportada a bordo de um foguete Delta IV, já que seu sistema de lançamento (Space Launch System, SLS) ainda não está pronto.

Mas ainda assim "foram feitos avanços muito importantes em muito pouco tempo", graças aos quais o "SLS está 70% concluído", disse o encarregado da Nasa.

A Orion, que poderá transportar de quatro a seis astronautas, será lançado pelo SLS na primeira missão espacial ao redor da Lua, em 2017. A cápsula não tripulada será colocada em uma órbita de 75.000 quilômetros sobre a superfície lunar para um voo de 21 dias, destinado a certificar esta nave com peso de 70 toneladas para missões tripuladas além da órbita terrestre.

Esta órbita tem a particularidade de ser muito estável, já que os objetos podem permanecer um século sem perder altura ou cair, explicou Gerstenmaier.

"Vamos levar a Orion a esta região ao redor da Lua e ver como podemos usar a gravidade lunar para colocá-la nesta órbita e tirá-la para voltar à Terra", explicou.

"Começaremos, assim, a operar no espaço e usar a gravidade da Lua para ir a diferentes destinos no sistema solar", disse Gerstenmaier.

Missão indiana a Marte de volta aos trilhos após falha no motor

A nave espacial indiana com destino a Marte foi conduzida "com êxito" para uma órbita mais elevada da Terra esta terça-feira, depois de uma breve falha no motor em uma tentativa anterior, informou a agência.

A Missão Orbitadora de Marte, lançada em 5 de novembro para uma missão de 11 meses ao planeta vermelho, está sendo "arremessada" ao seu destino final por meio de um incomum método "estilingue" de viagens interplanetárias.

Na falta de um foguete grande para enviá-la diretamente para fora da atmosfera terrestre e seu empuxo gravitacional, a nave indiana ficará na órbita da Terra até o fim do mês, à medida que desenvolve velocidade suficiente para se libertar.
Na terça, a espaçonave concluiu seu quarto reposicionamento para chegar a 100.000 quilômetros da Terra, depois de uma falha nos motores durante uma tentativa na segunda-feira, o que ativou o piloto automático.

"A quarta manobra suplementar de elevação da órbita da Nave Orbitadora de Marte foi concluída com êxito", informou em um comunicado a agência espacial indiana (ISRO, na sigla em inglês).

As primeiras três manobras, que envolveram a injeção de combustível adicional no motor do foguete, foram executadas com sucesso na semana passada.

A ISRO informou que a curta falha no motor na segunda-feira não se tratou de um revés à ambiciosa missão de baixo custo.

Nunca antes a Índia havia se aventurado em viagens interplanetárias. A empreitada é difícil, já que mais da metade de todas as missões a Marte acabaram em fracasso, inclusive a chinesa em 2011 e a japonesa em 2003.

O custo do projeto, de 4,5 bilhões de rúpias (US$ 73 milhões), é menos de um sexto dos US$ 455 milhões destinados para uma sonda marciana da Nasa, com lançamento previsto para o final do mês.

O presidente da ISRO, K. Radhakrishnan, chamou a missão de um "ponto decisivo" para as ambições espaciais da Índia e algo que provaria as capacidades do país na tecnologia de foguetes.

Parceria de R$ 1,1 bilhão: Brasil propõe menos de 4% dos projetos no ESO

Desde 2010, quando a gestão do presidente Lula assinou a intenção de acordo com o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), os cientistas brasileiros são tratados como os pesquisadores dos países membros do consórcio, um dos principais na área de ciência no planeta. Quase três anos depois e ainda sem ter confirmado a entrada no projeto, que custará aproximadamente R$ 1,1 bilhão ao longo de 11 anos, o número de propostas de pesquisa apresentado por brasileiros à instituição ainda é considerado muito baixo pelo observatório. Os astrônomos que trabalham no Brasil são responsáveis por 3% das propostas apresentadas, sendo que, se o acordo for aprovado pelo Congresso, o País terá que arcar com uma parcela cada vez maior dos custos do ESO – um valor que, em 10 anos, chegará a 7% do orçamento do consórcio.
"Do ponto de vista relativo, a fração de projetos que é aprovada que vêm do Brasil é similar à
da França, por exemplo, é similar a todos os outros países-membros do ESO. Mas o número de propostas que são submetidas ainda é muito baixo. Isso porque, claro, os astrônomos brasileiros ainda têm que se acostumar com essa ideia de poder enviar propostas para cá. Têm que se familiarizar com o que a gente tem aqui, com os telescópios, os instrumentos que a gente tem aqui", diz Dimitri Gadotti, astrônomo do brasileiro do ESO.



"Muitas vezes as pessoas não pedem tempo por ainda desconhecer o que está à disposição. É verdade que existe um certo nível de complexidade na hora de você fazer uma proposta pela primeira vez. (...) Qual é o potencial de cada instrumento? O que eu posso fazer?", diz Claudio Melo, diretor científico do ESO no Chile.
Ele e Gadotti foram ao Brasil fazer workshops para "quebrar o gelo" com a comunidade científica, apresentar as capacidades do ESO e mostrar que a aprovação de uma proposta depende muitas vezes da qualidade do texto, que mostre com clareza que o projeto é bom e que pode ser executado nos telescópios e instrumentos do observatório.

Gadotti dá como exemplo de proposta bem sucedida feita por um pesquisador no Brasil a descoberta da mais velha estrela gêmea do Sol. O projeto da americana Talawanda, apresentado como parte do pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), teve repercussão mundial, pois era como uma “paleontologia” do Sol, que mostrava como nossa estrela pode evoluir ao longo dos anos.Para o diretor-geral do ESO, o holandês Tim de Zeeuw, a explicação para a baixa participação brasileira pode estar na falta de um acordo – os cientistas no Brasil estariam inseguros sobre a possibilidade de utilizar alguns dos melhores telescópios do mundo para suas pesquisas. "Cada novo Estado-membro demora um pouco para entender o sistema e conseguir uma fração considerável das propostas de observação apresentadas. É bem normal. É algo novo e você tem que entender como fazer. O outro motivo, eu acredito, é que os brasileiros estão um pouco incertos se eles podem ou não submeter propostas. A resposta é: sim".​
Gadotti diz que os cientistas devem notar também que as vantagens de um acordo com o observatório vão além da prioridade na escolha de projetos. "Os telescópios do ESO são abertos internacionalmente, então o Brasil pode participar, mesmo antes do acordo. O que acontece é que se existem dois projetos que estão empatados e um projeto é liderado por uma pessoa de um país-membro e outro é liderado por um país que não é membro, se dá prioridade para o país-membro. Mas não é só nesse sentido, o que acontece é que, uma vez que o Brasil seja parte do ESO, a interação com os astrônomos daqui, com os engenheiros daqui, com o pessoal daqui, evidentemente que vai ser muito maior, então o ganho de conhecimento é incomparável. Isso vai permitir que os astrônomos brasileiros entendam melhor como funcionam os instrumentos daqui, entendam melhor o que eles podem fazer com os instrumentos que têm aqui, com os telescópios que têm aqui. Então podem desenvolver projetos, desenvolver novas ideias para utilizar os telescópios daqui. E isso não é possível enquanto o Brasil não tiver sido parte".

"A taxa de sucesso é a mesma dos Estados-membros. Então a qualidade é tão boa quanto. Está dentro da nossa média. Então, se mandarem mais propostas, terão mais tempo de observação"”, completa Tim de Zeeuw.

ESO: três anos após acordo, cientistas ainda aguardam adesão do Brasil

Firmado em dezembro de 2010, um acordo de participação do Brasil no Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory, ESO), o mais avançado do mundo, foi celebrado por grande parte da comunidade astronômica. Quase três anos depois, no entanto, o projeto, que custará aproximadamente R$ 1,1 bilhão ao longo de 11 anos, ainda espera aprovação do Legislativo.

Preocupados com a demora da concretização do acordo, 100 jovens estudantes de astronomia, entre mestrandos e doutorandos, escreveram uma carta pedindo apoio dos deputados ao tema. "A adesão do Brasil ao consórcio ESO representará um enorme passo para a Astronomia brasileira", garante o documento."Os telescópios dessa organização têm uma performance excelente. Eu já estive observando em telescópios do ESO e de outras organizações e posso afirmar que não existe organização mais bem estruturada que o ESO", afirma Ana Chies Santos, uma das idealizadoras da carta e pesquisadora de pós-doutorado na The School of Physics and Astronomy da Universidade
Além de possibilitar o acesso a toda a infraestrutura do ESO e de seus observatórios, o ingresso do Brasil permitiria uma possível participação em contratos para a construção do European Extremely Large Telescope (E-ELT), que será, segundo o consórcio, o maior telescópio óptico/próximo infravermelho do mundo, com 39 metros de diâmetro e a capacidade de procurar planetas exosolares com condições de vida, medir a propriedade das primeiras estrelas e tentar desvendar a natureza da matéria escura e da energia escura.​

"Ou seja, a adesão ao ESO significa investimento em tecnologia e infraestrutura também. A indústria brasileira poderá competir durante a licitação dos projetos no Chile", afirma Duilia Fernandes de Mello, professora associada da Universidade Católica da América, de Washington, e pesquisadora associada do Goddard Space Flight Center, da Nasa.
de Nottingham, no Reino Unido.

domingo, 10 de novembro de 2013

Universidades oferecem cursos para quem sonha em lançar foguetes

Quem nunca sonhou, pelo menos enquanto criança, em enviar foguetes ao espaço? Em estudar o que existe além do nosso planeta? Muitos estudantes pensam nessas atividades sem nem imaginar que existe uma profissão que pode realizar tudo isso: o engenheiro aeroespacial. Agora, falando como gente grande para quem já tem de decidir o futuro profissional, a profissão é mais possível do que parece e faz parte de uma área em grande ascensão no Brasil.

Segundo o diretor de satélites, aplicações e desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira, (AEB), Carlos Alberto Gurgel Veras, a área envolve muito mais do que a criação de foguetes e os lançamentos ao espaço. Existem duas linhas de formação: a engenharia espacial e a aeronáutica. A primeira estuda tudo o que envolve satélites e foguetes; a segunda é mais voltada ao estudo de aeronaves.
Durante o curso, uma área importante é a de materiais avançados, essencial paras as duas linhas de formação. Os materiais usados para construir tanto aviões quanto foguetes devem ser leves e resistentes, pois o custo de lançamento de um satélite é influenciado pelo seu peso: quanto mais pesado, mais ele precisa de combustível para ser colocado em órbita; quanto maior o satélite, maior será o foguete necessário para lançá-lo, custando mais. Também são estudados os sistemas propulsivos, os motores dos foguetes e as turbinas da aviação. Aprender como todos esses sistemas são controlados também é essencial, pois esse conjunto é unido em um computador, que serve como um cérebro e é controlado por um profissional. Quem quiser estudar a área precisa gostar muito de matemática, química e física. Para Veras, entender de todos esses assuntos é o que forma o perfil adequado do profissional aeroespacial.

Para os já formados em profissões da área de exatas que ainda pretendem entrar para o mundo espacial, existem cursos de pós-graduação em instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Universidade Federal do ABC (UFABC).
Veras indica que há uma falta de profissionais no mercado, que cresce rapidamente. Com o apoio do Programa Ciências sem Fronteiras e das principais agências espaciais do mundo, em 2013 e 2014 a AEB coordenará a oferta de 300 bolsas de estudo nas diversas modalidades da área, incluindo cursos e treinamentos em universidades, instituições de pesquisa e empresas do exterior, de países líderes na área espacial.

Universidades brasileiras
Com foco na área espacial, atualmente existem poucos cursos de graduação no Brasil, oferecidos pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap), pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), pela Universidade Federal do ABC (UFABC), pela Universidade Federal de Santa Catarina Campus Joinville (UFSC - Joinville), pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade de Brasília (UNB). Nos cursos são abordados assuntos relacionados a satélites, veículos lançadores (os foguetes) e até antenas de comunicação, que fazem parte do segmento terrestre.
Anteriormente a esses cursos de graduação, a maioria dos profissionais saía de uma formação em outras engenharias, da química, física ou matemática e se especializava na área. O diferencial do aluno que entra na universidade já na graduação aeroespacial é que ele aprende as disciplinas básicas das engenharias e depois já se especializa no setor, onde conhece todos os princípios e técnicas da construção de um avião ou foguete no início de sua carreira.

Na Univap, o coordenador do curso de engenharia aeronáutica e espaço, Moacir de Sousa Prado, explica que o curso com as duas linhas de formação existe desde 2005 e dura cinco anos. Atualmente, a universidade conta com 70 alunos e oferece 40 vagas noturnas a cada semestre. Nos primeiros dois anos o aluno estuda disciplinas comuns a todas as engenharias. Após esse período, passa a estudar as específicas, como aerodinâmica, controle de aeronaves, segurança de voo, propulsão. Além disso, os estudantes podem escolher como disciplinas eletivas as da área ambiental, considerando que aeronaves e foguetes são grandes poluidores. A universidade mantém laboratórios como um túnel de vento, onde é construído um modelo físico e pequeno de aeronave e nele é verificado o escoamento de ar ao redor das asas, além de laboratórios de propulsão, controle de aeronaves e eletrônica digital. UFABC oferece o curso desde 2007. São disponibilizadas 120 vagas anuais, 60 no turno diurno e o restante no noturno, com duração de 5 anos. Segundo o vice-coordenador, André Luís da Silva, é buscado um equilíbrio entre as aplicações aeronáuticas e espaciais e, após formado, o aluno pode também trabalhar na área automobilística e naval, além do setor de alta tecnologia e integração de sistemas. Entre os laboratórios disponíveis são os de controle automático, navegação, guiagem e controle e estruturas, além de softwares de simulação aplicados em áreas como de aerodinâmica e propulsão. “Quem inicia o curso aeroespacial obtém uma visão integrada e multidisciplinar de um projeto espacial. Profissionais de outras áreas se especializam em um tópico. É como se os engenheiros de outras áreas fossem os músicos de uma orquestra e o aeroespacial fosse o maestro”, explica.
Mercado de trabalho
Veras, da AEB, acredita que a tendência é o Brasil investir cada vez mais na área espacial. “Após começar a melhorar os problemas sociais do País, vão sobrar mais recursos, como os do pré-sal, que teremos daqui a alguns anos, para a área. Existem demandas que interessam ao País, como a proteção de nossas fronteiras e o controle de vazamentos de óleo, que são mais facilmente executados por satélites”, explica. Para 2015, já existe previsão de lançamento de um satélite geoestacionário de defesa e comunicação, que controlará parte a banda larga brasileira e parte a comunicação das forças armadas. O primeiro satélite será comprado da França. “Para o lançamento de um satélite desse porte, envolvendo depois a operação do mesmo, 24 horas por dia, são necessários mais de 100 profissionais. Além disso, dezenas de técnicos irão acompanhar a construção do satélite na empresa franco-italiana Thales Alenia Space”, diz.

O Brasil ainda não possuí o seu próprio veículo lançador de satélites, porém existem vários projetos para quem estiver realmente interessado em trabalhar com o espaço. O Alcântara Cyclone Space (CLS), consórcio feito entre Brasil e Ucrânia para lançar foguetes ucranianos no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), demandará profissionais brasileiros para operar a base de lançamento e fazer a manutenção e projeto dos foguetes. O primeiro lançamento está previsto para 2014. Na tarefa de lançar um foguete, geralmente são feitos testes por quase dois anos, envolvendo de maneira direta cerca de 100 engenheiros aeroespaciais e 500 técnicos.
O Veículo Lançador de Satélites (VLS), programa brasileiro que existe desde a década de 60, no qual ocorreu o maior acidente espacial da história, está sendo reestruturado. Nele, da Silva indica que há uma carência muito grande de profissionais da área de propulsão e controle de foguetes. Existe também o Veículo Lançador de Microssatélite (VLM), que lança foguetes de menor porte e tem uma aplicação comercial. “Por meio dele, o Brasil vai tentar dominar o setor da propulsão líquida, utilizada pelos Estados Unidos e pela Rússia”, diz. O programa é de longo prazo: suas previsões são para 2020. Uma grande oportunidade para quem está iniciando os estudos agora.

O coordenador do curso da UFSC Campus de Joinville, Juan Pablo Salazar, diz que a multidisciplinaridade é essencial para o engenheiro aeroespacial. “É um curso desafiador e estimulante, o aluno tem de gostar da área, além de gostar de matemática e física. É preciso disposição”, afirma. O profissional também pode contribuir para outras áreas, gerando produtos econômicos tangíveis, como em medicina, nas cirurgias feitas à distância, que necessitam da tecnologia de comunicação. Ou então no monitoramento de solo, em lugares remotos. Mas os foguetes e satélites no espaço não ficam para trás. “O ser humano está sempre procurando expandir suas fronteiras e hoje, esse horizonte é o espaço”, conclui.

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