"Do ponto de vista relativo, a fração de projetos que é aprovada que vêm do Brasil é similar à
da França, por exemplo, é similar a todos os outros países-membros do ESO. Mas o número de propostas que são submetidas ainda é muito baixo. Isso porque, claro, os astrônomos brasileiros ainda têm que se acostumar com essa ideia de poder enviar propostas para cá. Têm que se familiarizar com o que a gente tem aqui, com os telescópios, os instrumentos que a gente tem aqui", diz Dimitri Gadotti, astrônomo do brasileiro do ESO.
da França, por exemplo, é similar a todos os outros países-membros do ESO. Mas o número de propostas que são submetidas ainda é muito baixo. Isso porque, claro, os astrônomos brasileiros ainda têm que se acostumar com essa ideia de poder enviar propostas para cá. Têm que se familiarizar com o que a gente tem aqui, com os telescópios, os instrumentos que a gente tem aqui", diz Dimitri Gadotti, astrônomo do brasileiro do ESO.
"Muitas vezes as pessoas não pedem tempo por ainda
desconhecer o que está à disposição. É verdade que existe um certo nível
de complexidade na hora de você fazer uma proposta pela primeira vez.
(...) Qual é o potencial de cada instrumento? O que eu posso fazer?",
diz Claudio Melo, diretor científico do ESO no Chile.
Ele e Gadotti foram ao Brasil fazer workshops para
"quebrar o gelo" com a comunidade científica, apresentar as capacidades
do ESO e mostrar que a aprovação de uma proposta depende muitas vezes da
qualidade do texto, que mostre com clareza que o projeto é bom e que
pode ser executado nos telescópios e instrumentos do observatório.
Gadotti dá como exemplo de proposta bem sucedida feita por um pesquisador no Brasil a descoberta da mais velha estrela gêmea do Sol.
O projeto da americana Talawanda, apresentado como parte do
pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), teve repercussão
mundial, pois era como uma “paleontologia” do Sol, que mostrava como
nossa estrela pode evoluir ao longo dos anos.Para o diretor-geral do ESO, o holandês Tim de Zeeuw, a explicação para a
baixa participação brasileira pode estar na falta de um acordo – os
cientistas no Brasil estariam inseguros sobre a possibilidade de
utilizar alguns dos melhores telescópios do mundo para suas pesquisas.
"Cada novo Estado-membro demora um pouco para entender o sistema e
conseguir uma fração considerável das propostas de observação
apresentadas. É bem normal. É algo novo e você tem que entender como
fazer. O outro motivo, eu acredito, é que os brasileiros estão um pouco
incertos se eles podem ou não submeter propostas. A resposta é: sim".
Gadotti diz que os cientistas devem notar também que as
vantagens de um acordo com o observatório vão além da prioridade na
escolha de projetos. "Os telescópios do ESO são abertos
internacionalmente, então o Brasil pode participar, mesmo antes do
acordo. O que acontece é que se existem dois projetos que estão
empatados e um projeto é liderado por uma pessoa de um país-membro e
outro é liderado por um país que não é membro, se dá prioridade para o
país-membro. Mas não é só nesse sentido, o que acontece é que, uma vez
que o Brasil seja parte do ESO, a interação com os astrônomos daqui, com
os engenheiros daqui, com o pessoal daqui, evidentemente que vai ser
muito maior, então o ganho de conhecimento é incomparável. Isso vai
permitir que os astrônomos brasileiros entendam melhor como funcionam os
instrumentos daqui, entendam melhor o que eles podem fazer com os
instrumentos que têm aqui, com os telescópios que têm aqui. Então podem
desenvolver projetos, desenvolver novas ideias para utilizar os
telescópios daqui. E isso não é possível enquanto o Brasil não tiver
sido parte".
"A taxa de sucesso é a mesma dos Estados-membros. Então a
qualidade é tão boa quanto. Está dentro da nossa média. Então, se
mandarem mais propostas, terão mais tempo de observação"”, completa Tim
de Zeeuw.
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