"Se a humanidade não quiser seguir o caminho dos dinossauros, precisamos estudar um evento como esse em detalhes", afirmou o professor Qing-Zhu Yin, do departamento de astronomia da Universidade da Califórnia em Davis. O exemplar que atingiu a cidade russa no início do ano pertence à classe mais comum de meteoritos, os condritos ordinários. Se uma catástrofe atingisse a Terra novamente, seria causada por um objeto desse tipo, afirmou Yin.
A detonação do corpo celeste na atmosfera produziu uma onda de choque forte o suficiente para derrubar as pessoas em seu caminho - onda essa que foi formada inicialmente na altitude de aproximadamente 90 quilômetros, de acordo com os pesquisadores. O asteroide atingiu seu ponto mais quente e brilhante à altura de cerca de 30 quilômetros, quando se aproximava do solo a uma velocidade vertiginosa de 18,6 quilômetros por segundo (mais de 66 mil km/h). O impacto do asteroide danificou casas e feriu centenas de pessoas, incluindo aquelas atingidas por destroços e queimadas pela radiação.
"Nosso objetivo era entender todas as circunstâncias que
resultaram na onda de choque que mandou mais de 1,2 mil pessoas aos
hospitais na área naquele dia", afirmou o astrônomo Peter Jenniskens,
que faz parte da equipe liderada por Olga Popova, da Academia de
Ciências da Rússia. A explosão foi equivalente à detonação de 600
milhares de toneladas de TNT - unidade utilizada para medir o impacto
destrutivo de armas nucleares.
Os pesquisadores estimam que o asteroide tinha 19,8
metros de diâmetro, mas foi se fragmentando e deixou apenas um buraco de
7 metros de largura na camada de gelo que atingiu ao cair. Com a
análise do meteorito em detalhes, os cientistas esperam estabelecer
padrões de estudo para esse tipo de impacto e ajudar a entender melhor
os objetos próximos da Terra (NEO, de Near-Earth Object, em inglês) e
desenvolver estratégias mais eficazes para proteger o nosso planeta.
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