quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Clérigo saudita emite decreto para proibir viagens de islâmicos a Marte

O xeque Ali al Hekmi, membro do Conselho dos Grandes Ulemás Sauditas, emitiu uma fatwa (decreto islâmico) que proíbe viagens ao planeta Marte, informou nesta quarta-feira o jornal Al-Hayat. Em declarações ao jornal citado, Al Hekmi criticou o projeto Mars One, o qual pretende viabilizar viagens para colonizar o planeta vermelho. Apesar de inusitada, a proposta já recebeu mais de 200 mil inscrições de interessados do mundo todo.
De acordo com o clérigo, "estes experimentos levarão quem deseja promover a destruição" e, por isso, a iniciativa deveria ser feita com animais. Al Hekmi explicou que o Alcorão possui um versículo que diz que o crente "não deve se atirar com suas próprias mãos à perdição" porque, segundo ele, o ser humano não é dono de sua própria vida, já que foi Alá quem a criou.

De acordo com o site do Mars One, 477 cidadãos sauditas já se inscreveram para participar do projeto, dos quais apenas seis foram aceitos. Neste aspecto, a intenção do Mars One, que se define como uma organização sem fins lucrativos, é criar o primeiro assentamento humano em Marte em 2023.

Há 75 anos, rádio transmitiu 'invasão alienígena' à Terra e assustou milhões

Em 30 de outubro de 1938, marcianos invadiram a Terra. Pelo menos em uma transmissão de rádio que disseminou preocupação e até pânico entre os milhões de ouvintes da Columbia Broadcasting System (CBS) nos Estados Unidos. Às 21h, uma mulher entrou apavorada na 47ª delegacia de polícia de Nova York. Carregava duas crianças pequenas, roupas e mantimentos. “Estou pronta para deixar a cidade”, anunciou para os policiais, segundo relato do New York Times do dia posterior.

Na verdade, o noticiário veiculado naquela estação de rádio era uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, narrada por Orson Welles e pela companhia teatral Mercury Theatre on the Air. No início do texto, uma mensagem avisava que a peça se constituía de ficção. Mas muitas pessoas só começaram a ouvir depois, quando a narrativa retratava a queda de um meteoro em uma fazenda de Nova Jersey e a descoberta de que o “meteoro” era uma nave cheia de alienígenas munidos de raios mortais e inclinados a exterminar a espécie humana.

No livro e na transmissão, os seres extraterrestres são descritos como marcianos, ou seja, oriundos de Marte. Antigamente, a possibilidade de vida fora da Terra era sempre associada a esse planeta. “Marte estava no imaginário popular”, lembra Ademar Gevaerd, editor da Revista UFO. “Tínha-se mais informações sobre Marte do que outros planetas. Depois foi a vez de Vênus”.
Após o envio de sondas da Nasa a Marte – como a Curiosity, que perscruta o solo marciano neste exato momento –, o planeta deixou de se enquadrar como candidato a abrigar vida inteligente. Mas ufólogos apontam para mais longe: acreditam que seres de planetas mais distantes já tenham visitado a Terra. Por outro lado, astrônomos alegam que, com a tecnologia que se conhece hoje, os planetas mais próximos com condições de ter vida estão longe demais para enviar representantes para cá.

De qualquer forma, a adaptação da história de A Guerra dos Mundos teve impacto no imaginário popular. Talvez impacto maior do que esperava seu idealizador, que chegou a pedir desculpas por qualquer dano, incômodo ou problema provocado. O New York Times do dia seguinte relatou o recebimento de 875 telefonemas sobre o assunto. Em um deles, o homem perguntava a que horas seria o fim do mundo. Em outro, o leitor reclamava que todos seus convidados haviam abandonado o jantar em sua casa para fugir dos marcianos. No hospital de St. Michael, em Newark, 15 pessoas tiveram que ser atendidas por conta de choque e histeria.
A quantidade de ligações sobre o assunto era tão grande que jornalistas começaram a investigar o caso. Assim, a agência de notícias Associated Press achou conveniente emitir o seguinte comunicado: "Nota aos editores: as perguntas aos jornais de ouvintes de rádio em todo o país nesta noite a respeito de um meteoro caindo e matando pessoas em Nova Jersey são resultado de uma dramatização em estúdio".

Vida fora da Terra
Gevaerd acredita que a hipótese de vida inteligente fora da Terra era mais assustadora no passado. “Acho que, se as pessoas soubessem que há vida inteligente extraterrestre, e que já houve visitas de seres extraterrestres ao nosso planeta, haveria uma reação, sim, mas não histeria”. Para o editor da Revista UFO, as informações sobre Marte estão sendo reveladas aos poucos pela Nasa, com o intuito de preparar a população da Terra. Segundo ele, muitos ufólogos acreditam não apenas que já houve vida inteligente em Marte, mas que lá existia uma civilização complexa. Entre as evidências dessa suspeita, cita algumas formações com feições humanas e outras que se assemelham a pirâmides.

A transmissão
Assim começou a transmissão naquele dia 30 de outubro de 1938 (ouça aqui o áudio na íntegra, em inglês): “Sabemos agora que, nos primeiros anos do século 20, este mundo estava sendo observado de perto por inteligências maiores do que as do homem e mesmo assim tão mortais quanto ele. Sabemos agora que, enquanto seres humanos ocupavam-se com suas diversas atividades, eram analisados e estudados, talvez de forma quase tão estreita como um homem com um microscópio pode examinar as criaturas transitórias que pululam e se multiplicam em uma gota de água. Com a complacência infinita as pessoas iam para lá e para cá sobre a Terra com seus assuntos mundanos, serenas com a certeza de seu domínio sobre esse pequeno fragmento giratório que flutua pelo espaço, que por acaso ou por determinação o homem herdou do mistério escuro do Tempo e do Espaço. No entanto, através de um imenso abismo etéreo, mentes que são para nós como as nossas mentes são para os animais na selva, cheias de intelecto, frias e insensíveis, miraram esta Terra com olhos invejosos e lenta e seguramente arquitetaram seus planos contra nós”.

Exoplaneta Kepler-78b, uma Terra infernal que fascina os astrônomos

O exoplaneta Kepler-78b certamente é um inferno com temperaturas que oscilam entre 1.500 e 3.000°C, mas para os astrônomos tem a característica particularmente interessante de possuir tamanho e composição muito parecidos aos do nosso planeta.
Dito de outra forma, este quase irmão gêmeo do nosso planeta nunca será habitável pelo ser humano, mas alimenta a esperança de um dia ser encontrada uma "Terra bis" entre os bilhões de exoplanetas presentes na galáxia.
Lançado em 2009 pela Nasa, o telescópio espacial Kepler descobriu, durante sua missão, bilhões de candidatos possíveis entre os planetas rochosos.
No entanto, embora seja relativamente fácil determinar seu tamanho, é muito mais complicado conhecer suas características.
Kepler-78b é uma exceção à regra porque está em órbita muito perto do sol - daí sua temperatura infernal -, em torno do qual faz uma volta completa em apenas oito horas e meia.
Essa particularidade permitiu a duas equipes diferentes de astrônomos observar o exoplaneta e calcular sua massa, entre 1,69 e 1,86 vez a da Terra, segundo estudos publicados esta quarta-feira na revista Nature.
Isso dá a ele uma densidade quase idêntica à da Terra, ou seja, 5,5 gramas por centímetro cúbico.
Essa densidade indica que Kepler-78b, assim como o planeta Terra, provavelmente é formado por rochas de ferro.
Embora no estado atual dos conhecimentos não haja possibilidade alguma de vida em sua superfície, o "Kepler-78b constitui um sinal animador para a busca de mundos habitáveis fora do nosso sistema solar", resumiu Drake Deming, astrônomo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, em um comentário em separado publicado na Nature.
Segundo o astrônomo, a existência desse planeta hostil "tem pelo menos o mérito de mostrar que planetas extrassolares com uma constituição semelhante à da Terra não constituem um fato extraordinário" na Via Láctea e que é possível encontrar algumas com critérios mais compatíveis com alguma forma de vida.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Telescópio registra lugar mais frio conhecido no Universo

Nebulosa do Bumerangue, objeto que fica apenas 1ºC acima do zero absoluto, foi registrado por telescópio Foto: NRAO/AUI/NSF/NASA/STScI/JPL-Caltech / Divulgação 
Com temperatura de um grau Kelvin, apenas um grau Celsius acima do zero absoluto (-272 ºC), a Nebulosa do Bumerangue é o objeto mais gelado já identificado no Universo - mais frio até que o fraco resplendor que sucedeu o Big Bang, o evento explosivo que criou o cosmo. Astrônomos utilizando o telescópio Alma, o mais poderoso para a observação do Universo frio, voltaram a observar essa protonebulosa planetária para aprender mais sobre suas gélidas características e determinar seu real formato, que conta com uma aparência fantasmagórica, de acordo com a agência espacial americana (Nasa).​
“Esse objeto ultra-frio é extremamente intrigante e estamos aprendendo muito mais sobre a sua verdadeira natureza com o Alma”, disse Raghvendra Sahai, pesquisador e cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, na Califórnia (Estados Unidos). “O que parecia um lóbulo duplo em formato de ‘bumerangue’ quando visto a partir de telescópios ópticos é, na verdade, uma estrutura muito mais ampla que está se expandindo rapidamente pelo espaço”, garantiu o astrônomo.
A estrutura azul ao fundo da imagem, visível através da luz pelo telescópio espacial Hubble, mostra um formato considerado clássico para esse tipo de estrutura cósmica, com uma região central muito estreita. Através da alta resolução do telescópio Alma no Chile, os astrônomos puderam ver as frias moléculas de gás que revelam uma forma mais alongada da nebulosa, em vermelho na imagem.
"Isso é importante para a compreensão de como as estrelas morrem e se tornam nebulosas planetárias", afirmou Sahai. "Utilizando o Alma, conseguimos - literal e figurativamente - lançar nova luz sobre os últimos momentos de vida de uma estrela como o Sol."

A Nebulosa do Bumerangue, localizada a 5 mil anos-luz da Terra, na constelação de Centaurus, é um exemplar relativamente jovem dos objetos conhecidos como nebulosa planetária - corpos celestes que, ao contrário do que o nome indica, estão na verdade na fase final de suas vidas como estrelas semelhantes ao Sol que deixaram suas camadas exteriores. O que permanece no centro delas são estrelas anãs brancas, que emitem radiação ultravioleta capaz de fazer o gás nas nebulosas brilhar e emitir luz.

Sol emite forte erupção solar, informa a Nasa

Satélite Solar Dynamics Observatory, da Nasa, registrou a erupção Foto: Nasa/SDO / Divulgação 
O Sol emitiu uma erupção solar significativa, atingindo seu ápice nesta sexta-feira às 8h (horário de Brasília), informou a agência espacial americana, a Nasa. Até o momento, foram identificadas três explosões solares.

Segundo a Nasa, as erupções solares são potentes explosões de radiação. Apesar de nocivas, não conseguem atravessar a atmosfera da Terra para afetar fisicamente os seres humanos. No entanto, a radiação, quando intensa o suficiente, pode perturbar a atmosfera na camada onde estão sistemas de posicionamento global (GPS) e satélites de comunicações.

O efeito das explosões pode causar interferência em rádio-telecomunicações, nas trajetórias dos satélites artificiais, em linhas de potência e mesmo na aurora boreal. Em consequência das explosões solares, sinais de rádio podem ser interrompidos em qualquer lugar do planeta por minutos até horas.

A agência espacial explica que o aumento do número de erupções são bastante comuns no momento, pois o ciclo de atividade normal de 11 anos do sol está perto das condições máximas solares. O primeiro registro de labaredas solares do atual ciclo ocorreu em fevereiro de 2011.

De acordo com Observatório Astronômico Frei Rosário, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além da luz e do calor, o Sol emite um fluxo de partículas carregadas denominado vento solar. A velocidade de propagação desse fluxo hoje é estimada em cerca de 450 quilômetros por segundo. As variações no vento solar estão associadas às variações nas atividades das manchas solares e nas erupções de labaredas na superfície do Sol, conhecidas em inglês como flares.

Internauta registra passagem de bola de fogo no céu de SP

Uma bola de fogo cortou os céus das regiões de Araçatuba e São José do Rio Preto e surpreendeu moradores do noroeste de São Paulo na noite da última quarta-feira.

O objeto visto por eles é, provavelmente, um meteoro. A afirmação é do astrofísico Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos. “Somente pela imagem não é possível distinguir se é lixo espacial ou meteoro. Entretanto, não estava prevista nenhuma reentrada para a data do avistamento, o que torna a hipótese de meteoro mais provável”, explica Rojas, após analisar vídeo enviado pelo Terra, gravado em Flórida Paulista.

O professor acredita que o objeto não tinha mais do que alguns metros de extensão e que, no momento em que foi filmado, queimava ao entrar na atmosfera em altitudes entre 70 e 100 quilômetros da Terra. A velocidade do provável meteoro durante a queima pode chegar a 14 mil quilômetros por hora.

Astrônomos descobrem sistema com sete exoplanetas

Dois estudos independentes identificaram um sistema com sete planetas ao redor de uma estrela, o primeiro do tipo descoberto a partir de dados do telescópio Kepler, da Nasa. O estudo foi divulgado no site arXiv.
Segundo os cientistas das universidades de Oxford (Reino Unido) e Cornell (EUA), o conjunto é similar ao Sistema Solar, com planetas rochosos nas regiões internas, e gasosos mais distantes. Contudo, ele é bem mais compacto - o planeta mais distante fica a uma unidade astronômica (a distância média da Terra ao Sol) de sua estrela, chamada de KIC 11442793.

A proximidade dos corpos do sistema de KIC 11442793 faz com que a interação gravitacional entre eles seja muito maior do que ocorre por aqui. Aqui, os planetas também interferem nas órbitas uns dos outros, mas em um grau menor.

Os "anos" em cada um desses planetas (o tempo que eles levam para terminar a órbita ao redor de sua estrela) variam entre 330 e sete dias. Os dois primeiros corpos são de tamanho similar à Terra. Os três seguintes são maiores, chamados de superterras (com tamanho entre duas e três vezes o do nosso). Os dois últimos são gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Japão aprova um canhão espacial para explorar subsolo de asteroide

A agência de exploração espacial japonesa Jaxa anunciou nesta quarta-feira ter testado com sucesso uma espécie de canhão espacial que deverá retirar amostras do subsolo do asteroide "1999JU3".

Este instrumento, uma combinação entre uma bomba e um canhão, equipará a sonda Hayabusa-2, que decolará no próximo ano para tirar amostras do asteroide em 2018 e trazê-las de volta à Terra em 2020.

Quando alcançar a órbita desejada do pequeno asteroide, a sonda Hayabusa-2 liberará este "canhão espacial" e depois ficará à espera do outro lado do asteroide. O canhão então lançará uma bala de metal sobre o asteroide para criar uma cratera na qual, posteriormente, pousará a sonda que vai recolher as amostras do subsolo.

Os cientistas da Jaxa consideram que é mais interessante analisar o subsolo que a superfície do asteroide, pois o material externa fica alterado por sua exposição permanente aos raios cósmicos.

Uma sonda similar ao Hayabusa-2 foi lançada em 2003 para tirar amostras do asteróide Itokawa, apesar de empregando uma técnica diferente.

Compreender os materiais dos corpos celestes pode ajudar, explicou Jaxa, a explicar melhor as condições de formação da Terra e a aparição da vida.

Satélite registra núcleo de maior estrutura cósmica do Universo Local

O satélite Planck da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) capturou imagens de alguns dos maiores objetos existentes no Universo atualmente: aglomerados e superaglomerados de galáxias. Enquanto rastreava pelo espaço em busca da luz cósmica mais antiga, o satélite encontrou centenas de galáxias entremeadas por uma imensa quantidade de gás, e registrou uma imagem do núcleo do superaglomerado de Shapley, a estrutura cósmica com a maior concentração de matéria do Universo Local.

Esse superaglomerado foi descoberto nos anos 1930 pelo astrônomo americano Harlow Shapley: uma notável concentração de galáxias na constelação do Centauro. Com mais de 8 mil galáxias e uma massa total superior a 10 milhões de bilhões (10 quadrilhões, ou 10.000.000.000.000.000) de vezes a massa do Sol, essa é a estrutura mais maciça a uma distância de aproximadamente 1 bilhão de anos-luz da Via Láctea.

Nasa desiste de excluir cientistas chineses de conferência de astronomia

A Nasa, a agência espacial americana, anulou a decisão de excluir cientistas chineses de uma conferência de astronomia, após uma ameaça de boicote de astrônomos americanos. A agência havia rejeitado o pedido de participação de cientistas chineses a um colóquio de astronomia que acontecerá em novembro na Califórnia.

A decisão foi justificada pelos organizadores com uma lei adotada em março de 2013, que impede a visita às instalações da Nasa de cidadãos de vários países, entre eles a China. Mas um comitê da Nasa escreveu aos seis astrônomos chineses para informar que mudou de posição, revelou a agência estatal Xinhua.

A decisão inicial da Nasa havia provocado irritação da comunidade científica e vários astrônomos americanos de prestígio, como Debra Fischer, da Universidade de Yale, organizaram um boicote à conferência. O ministério das Relações Exteriores de Pequim havia classificado o veto como "discriminatório" e afirmado que as reuniões acadêmicas deveriam estar à margem da política.

A conferência acontecerá de 4 a 8 de novembro em um centro da Nasa na região norte da Califórnia.

Eclipse penumbral da Lua é registrado no Brasil

Um eclipse penumbral da Lua pôde ser observado no céu de todo o Brasil na noite da última sexta-feira. O fenômeno teve início às 18h51 e seguiu até 22h51, no horário de Brasília, mas, em alguns estados, a visibilidade foi prejudicada pelo excesso de nuvens.

De acordo com a agência meteorológica Climatempo, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Acre, Mato Grosso do Sul e a fronteira do Sul com a Argentina e o Paraguai estiveram entre os locais com melhores condições de observação do eclipse.

Os eclipses lunares ocorrem quando a Lua passa pela sombra da Terra. O planeta Terra fica entre o Sol e a Lua. Assim, a sombra da Terra esconde total ou parcialmente a Lua.

No entanto, o fenômeno ocorrido nessa sexta é considerado pelos astrônomos como penumbral, já que neste tipo de evento a Lua entra apenas na faixa de penumbra e fica suavemente escondida.

“É como se colocássemos um véu negro transparente entre a Terra e a Lua. No eclipse total, o disco lunar fica totalmente escuro, encoberto pela sobra da Terra”, explica a meteorologista Josélia Pegorim.

"Vale lembrar que em casos como este a Lua perde levemente sua cor prateada, apresentando um leve e modesto tom de cinza, fato perceptível para quem está acostumado a observar a Lua nas grandes cidades com poluição luminosa", diz o consultor em astronomia Marcos Calil. 

"Já quem reside fora das cidades com poluição luminosa pode perceber que no ecliplse penumbral a Lua não produz a habitual sombra das pessoas ou objetos", completa Calil.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Telescópio estuda mistério de jatos emitidos por buracos negros gigantes

 Observações revelaram pela primeira vez uma estrutura em espiral e uma inesperada corrente de material se deslocando para o exterior nas regiões centrais da galáxia ativa próxima NGC 1433 Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/NASA/ESA/F. Combes / Divulgação




Duas equipes internacionais de astrônomos usaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma) para estudar os jatos emitidos por enormes buracos negros situados no centro das galáxias e observar como é que eles afetam o seu meio. As equipes obtiveram a melhor imagem até hoje do gás molecular em torno de um buraco negro calmo próximo, divulgada nesta quarta-feira pelo Observatório Europeu do Sul (ESO). Inesperadamente, os astrônomos também viram de relance a base de um jato poderoso próximo de um buraco negro distante.
Existem buracos negros de massa extremamente elevada - que vão até vários bilhões de vezes a massa solar - no coração de quase todas as galáxias do Universo, incluindo a nossa própria galáxia, a Via Láctea. Em um passado distante, esses objetos estranhos encontravam-se muito ativos, engolindo enormes quantidades de matéria do seu meio circundante, brilhando intensamente e expelindo pequenas frações dessa matéria sob a forma de jatos extremamente poderosos. No Universo atual, a maioria dos buracos negros de elevada massa encontra-se muito menos ativos do que na sua juventude, mas a interação entre os jatos e o meio circundante ainda afeta a evolução das galáxias.

Dois novos estudos, ambos publicados hoje na revista especializada Astronomy & Astrophysics, fizeram uso do Alma para investigar jatos de buracos negros a escalas muito diferentes. Um dos estudos investigou um buraco negro próximo e relativamente calmo situado na galáxia NGC 1433, enquanto o outro observou um objeto muito distante e ativo chamado PKS 1830-211.
“O Alma revelou uma estrutura em espiral surpreendente no gás molecular próximo do centro da NGC 1433”, diz Françoise Combes (Observatoire de Paris, França), autora principal do primeiro artigo científico. “Isso explica como é que o material flui para o interior, alimentando o buraco negro. Com as novas observações muito nítidas do Alma descobrimos um jato de matéria sendo emitido pelo buraco negro e que se estende ao longo de apenas 150 anos-luz. Esta é a menor corrente molecular fluindo para o exterior já observada numa outra galáxia.”

A descoberta desta corrente de matéria, que está sendo arrastada com o jato emitido pelo buraco negro central, mostra como é que tais jatos podem fazer parar a formação estelar e regular o crescimento dos bojos centrais das galáxias.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Estudo: Saturno e Júpiter podem ter chuva de diamantes

Diamantes - tão grandes que poderiam ser usados por estrelas de Hollywood - podem estar caindo do céu em Saturno e em Júpiter. Essa é a conclusão de dois cientistas americanos, que apresentaram sua pesquisa no encontro anual da divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Americana de Astronomia, que aconteceu em Denver, nos Estados Unidos.

Novos dados indicam que o carbono em sua forma cristalizada é abundante na atmosfera desses planetas, segundo Kevin Baines, da Universidade de Winsconsin-Madison e do Laboratório de Propulsão da Nasa. A coautora da pesquisa é Mona Delitsky, do instituto California Speciality Engineering.
A tese de Baines e Mona afirma que poderosos raios transformam o metano em partículas de carbono. À medida que vai caindo, esse carbono entra em choque com a pressão atmosférica desses planetas, e se transformam primeiro em pedaços de grafite e, em seguida, em diamantes. Dependendo das condições, esses "granizos" de diamante podem inclusive derreter.

Anel de diamante
Os maiores diamantes provavelmente seriam de um centímetro de diâmetro, de acordo com Baines. "Seria um diamante grande o suficiente pra colocar em um anel", disse, acrescentando que seria algo que a atriz Elizabeth Taylor ficaria "orgulhosa em usar".

"O importante é que mil toneladas de diamantes são produzidos por ano em Saturno. E as pessoas me perguntam: 'como você pode ter certeza se não tem como ir para lá?' Bem, tudo é uma questão química. E acreditamos que estamos bastante certos"
Os cientistas analisaram as últimas temperaturas e pré-condições de pressão no interior dos planetas, além de novos dados sobre como o carbono se comporta em diferentes condições.

A descoberta dos cientistas americanos ainda precisa ser avaliada por outros acadêmicos, mas especialistas consultados pela BBC disseram que a possibilidade de uma chuva de diamantes "não pode ser desconsiderada".

"Parece válida a ideia de que há uma profunda variação dentro das atmosferas de Júpiter e ainda mais de Saturno, nas quais o carbono poderia se estabilizar como diamante", disse o professor Raymond Jeanloz, um dos responsáveis pela descoberta de que havia diamantes em Urânio e Netuno.
BBC Brasil


Rússia: fragmento de quase 500 kg de meteorito é encontrado em lago

Quando a pedra foi colocada na balança e o peso atingiu 570 quilos, a própria balança quebrou Foto: BBCBrasil.com
Mergulhadores russos encontraram nesta terça-feira, em um lago, um fragmento com peso estimado entre 300 e 500 quilos do meteorito que caiu em meados de fevereiro perto da cidade de Chelyabinsk, nos Urais.

"Dito em linguagem simples, o caçamos. Agora, só falta trazê-lo até a margem. No lago há grandes ondas, por isso içá-lo diretamente é tecnicamente difícil e arriscado", disse Nikolai Murzin, diretor-geral da companhia Aleut de trabalhos especiais, à agência Interfax.

Murzin explicou que agora estão rebocando o pedaço de meteorito até a margem do lago Chebarkul e que a operação de retirada da rocha vai acontecer na quarta-feira.
Os mergulhadores tiraram até agora 12 rochas do lago, cinco delas identificadas como pedaços do corpo celestial que causou em 15 de fevereiro pânico entre os moradores da região. Até agora, segundo as autoridades locais, o maior fragmento resgatado do meteorito pesa 4,74 quilos.

Desde o primeiro momento, os cientistas garantiram que o maior pedaço da rocha estava no fundo do lago gelado de Chebarkul, onde a queda do objeto espacial deixou um grande buraco.

Os cientistas advertiram a população contra a "recolha indiscriminada" dos restos do meteorito, já que esse saque os privava de um valioso material de pesquisa sobre a história do Universo.

Segundo os geólogos, o meteorito contém minerais de silicatos como o olivino e o ortopiroxeno, além de sulfureto de ferro e níquel, e, em menor medida, cromo, clinopiroxeno e plagioclases.

O estudo dos meteoritos é crucial para a reconstrução dos períodos iniciais do sistema solar, já que esses corpos astrais incluem os mesmos componentes de que foram criados originalmente os planetas.

O meteorito, que causou mais de 1,5 mil feridos na região, 319 deles crianças, tinha segundo a Nasa uma massa de até 10 mil toneladas quando explodiu na atmosfera, e é o maior que caiu sobre a Terra desde 1908.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

China mantém sonho espacial, 10 anos após 1ª missão do "taikonauta"

Dez anos depois de ter enviado o primeiro astronauta ("taikonauta" em chinês) ao espaço, a China mantém seu ambicioso programa espacial, que rende ao país prestígio militar e econômico, enquanto a concorrente americana, Nasa, está paralisada por causa da crise orçamentária.
Em 15 de outubro de 2003, o astronauta Yang Liwei orbitou 14 vezes a Terra a bordo de uma nave Shenzhou 5 em 21 horas, abrindo o caminho da China para a exploração do cosmos.
Mais de 40 anos depois do voo histórico do soviético Yuri Gagarin, esta façanha fez da China o terceiro país, depois de URSS e Estados Unidos, capaz de fazer um voo espacial tripulado.
Desde então, o país enviou dez astronautas - oito homens e duas mulheres - ao espaço em cinco missões, assim como um módulo espacial colocado na órbita da Terra, o Tiangong-1.
O regime, que financia este programa supervisionado pelo Exército investindo bilhões de dólares, considera que se trata de um sinal importante do novo estatuto internacional do país, de seu domínio tecnológico e também da capacidade do Partido Comunista de modificar o destino de uma nação outrora castigada pela pobreza.
Suas ambições terminarão no dia em que um chinês pisar na superfície da Lua, antecedido até o fim deste ano pelo pouso no satélite natural de um veículo automatizado de exploração.
Uma quarta instalação de lançamento será inaugurada em dois anos e por volta de 2020 será concluída a construção de uma estação espacial que será posta em órbita ao redor da Terra, a Tiangong-3.
Na mesma época, a Estação Espacial Internacional, desenvolvida por Estados Unidos, Europa, Rússia, Japão e Canadá, será abandonada depois de 20 anos de serviços.
Esta coincidência simbólica pode refletir também o deslocamento dos centros de poder no mundo na próxima década.
O rápido desenvolvimento do programa espacial chinês contrasta profundamente com o dos Estados Unidos, que lançou seu último foguete espacial em 2011 e cujos projetos de futuro são, por enquanto, vagos.​
Na semana passada, os organizadores de uma conferência da Nasa anunciaram que os funcionários não tinham mais acesso as suas mensagens eletrônicas, devido à crise orçamentária que afeta o governo americano.
Grande parte da tecnologia usada na exploração espacial tem repercussões militares, segundo especialistas. Mas a China também obteve outros benefícios, menos visíveis.
"Na Ásia, a China é considerada a líder regional da área espacial, o que rende ao país um verdadeiro prestígio militar e econômico", afirmou Joan Johnson-Freese, encarregada de assuntos de segurança no Colégio de Guerra da Marinha em Newport, e especialista em atividades espaciais chinesas.
"No restante do mundo, a vantagem econômica para a China é não ser considerada capaz de produzir apenas roupa barata", acrescentou.
A China ainda está longe das conquistas de Estados Unidos e da ex-União Soviética - embora tenha aprendido com os dois - e faltam anos para o lançamento de sua estação espacial.
Enquanto isso, Yang Liwei, general e vice-diretor da Agência Chinesa encarregada de programas tripulados, atualmente recebe solicitações de países em vias de desenvolvimento que querem enviar astronautas à órbita do planeta.
"Gostaríamos de treinar astronautas de outros países e organizações que têm esta demanda e adoraríamos realizar missões para astronautas estrangeiros", declarou, em setembro, durante um seminário em Pequim organizado pela ONU e pela China sobre tecnologia espacial. O Paquistão já indicou que quer estar entre os primeiros.
O programa espacial chinês, previsto para os próximos 30 anos, se baseia em "uma vontade política que não tem que responder a um eleitorado para perdurar, algo que, evidentemente é muito mais difícil para as democracias", afirmou Johnson-Freese.

Paralisação da administração dos EUA se reflete na exploração espacial

A paralisação das agências do governo dos Estados Unidos, que mandou mais de 800 mil funcionários para casa, suspendeu várias atividades de exploração espacial, mas algumas pessoas arrumaram uma forma de atualizar os amantes do espaço através da internet.
Os astronautas Mike Hopkins e Karen Nyberg, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), continuam orbitando a cerca de 400 quilômetros da Terra e a mais de 27 mil km/h, e passam o tempo todo no Twitter.
"Algumas vez você já olhou para as nuvens e deixou sua imaginação ver formas diferentes?", tuitou Hopkins um dia depois da paralisação, com o texto sendo acompanhado por bela fotografia das nuvens vistas da ISS. "Também funciona aqui do espaço", completou.
O site da Nasa (agência espacial americana) está temporariamente fechado, da mesma forma que o de outras muitas agências do governo, desde o dia 1º de outubro, quando a recusa republicana a aprovar fundos para a administração forçou a suspensão de mais de 800 mil funcionários públicos.
Porém, as milhões de pessoas que, no mundo todo, seguem com paixão a exploração espacial encontraram uma forma de cobrir o silêncio da Nasa: uma rede no Twitter e no Facebook atualiza as informações que podem ser obtidas de diferentes fontes autorizadas.
Bill Dunford, de Salt Lake City, em Utah, que trabalha para uma companhia de informática, criou a hashtag #ThingsNASAMightTweet, e Angela Gibson, uma educadora em Norfolk, Virgínia, convocou no Facebook os meios de comunicação que cobrem habitualmente a Nasa para que "preencham a brecha" com as redes sociais.
A Sociedade Astronômica dos Estados Unidos segue colhendo, entre os astrônomos de todo o país, histórias que ilustrem o impacto sobre a pesquisa científica que está sendo afetada pela paralisação parcial do governo, que completa duas semanas nesta segunda-feira.
O Observatório Nacional de Radioastronomia, que fechou seu escritório central na Virgínia, suspendeu as atividades na sexta-feira, dia 4, com o que fecharan seus olhos ao universo os observatórios Very Large Array e o Very Long Baseline Array, no Novo México; e o Green Bank Telescope na Virgínia Ocidental.
A agência é também responsável pela operação do radiotelescópio ALMA no Atacama, no Chile, mas essa instalação pode seguir funcionando por outras duas ou três semanas.
Já a administração do gigantesco radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, fez planos para a suspensão de todos seus empregados em meados de outubro se for prolongada a paralisação da burocracia federal.
A Nasa, que teve que suspender 97% de seus funcionários, adiou temporariamente a preparação para o lançamento da cápsula MAVEN, projetada para o estudo de Marte.
O período propício para o lançamento da MAVEN termina em meados de dezembro e, se o instrumento desenhado para melhorar as comunicações entre a Terra e os robôs exploradores no planeta vermelho não partir, terá que esperar até 2016 por uma nova posição adequada dos planetas.
A paralisação também forçou a Nasa a silenciar as comunicações radiais com outra missão, a cápsula INCLINE, que chegou com sucesso na órbita da Lua no domingo passado.
Várias conferências de ciência espacial foram suspensas. mas, por enquanto, o Laboratório de Propulsão da Nasa em Pasadena, Califórnia, segue operando normalmente, uma vez que seus empregados trabalham para a Universidade Tecnológica da Califórnia (Caltech) e não para a agência federal.
De todos modos, a direção do Laboratório indicou que reavaliará a situação semanalmente se acontecer o prolongamento do fechamento do governo.
Por fim, o experimento HiRISE, que é realizado pela cápsula de Reconhecimento Orbital de Marte, da Nasa, é administrado pela Universidade do Arizona que, por meio do Twitter, indicou que tem fundos para continuar os trabalhos até o fim do mês.

Irã enviará outro macaco astronauta ao espaço

O ambicioso plano espacial do Irã prevê um voo tripulado por um homem até 2020

O Irã enviará em um mês ao espaço um segundo macaco, anunciou Hamid Fazeli, vice-chefe da Organização Espacial Iraniana, citado neste domingo pela imprensa.
"O segundo macaco astronauta está pronto para ser enviado ao espaço (...) O lançamento irá ocorrer durante o próximo mês", declarou Fazeli.
O Irã afirmou no fim de janeiro ter enviado a bordo de uma cápsula a uma altura de 120 km um macaco que retornou vivo da viagem. Uma primeira tentativa com um primata em setembro de 2011 foi um fracasso.
Em setembro, um funcionário da agência espacial afirmou que o Irã poderia enviar ao espaço um gato persa. O ambicioso plano espacial do Irã prevê um voo tripulado por um homem até 2020.
No entanto, segundo a agência estatal IRNA, o atual chefe da Organização Espacial, Akbar Torkan, declarou que "há pequenos atrasos no programa devido a uma falta de dinheiro", provavelmente em referência a problemas financeiros como consequência das sanções econômicas impostas pelos países ocidentais ao Irã.
Fazeli anunciou recentemente que seu país planejava lançar ao espaço três satélites pequenos antes de março de 2014. O Irã já colocou em órbita três satélites desde 2009, assim como uma cápsula com um rato, tartarugas e insetos em fevereiro de 2010.
O programa espacial iraniano é seguido com atenção e inquietação pelos países ocidentais por suas possíveis implicações militares, ante um eventual desenvolvimento de mísseis balísticos de longo alcance que poderiam transportar armas convencionais ou nucleares, embora o governo de Teerã negue sistematicamente que seus planos tenham fins militares.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Morre o astronauta Scott Carpenter, 2º americano a orbitar a Terra

Scott Carpenter entrou para a Nasa em 1959 para integrar o programa Mercury Foto: AFP 
O astronauta Scott Carpenter, que em 1962 se tornou o quarto americano a chegar ao espaço e o segundo a orbitar a Terra, morreu aos 88 anos na quinta-feira em uma clínica em Denver, no Colorado, por complicações decorrentes de um derrame, disse a mulher, Patty Carpenter.

A Administração Nacional de Aeronautas e Espaço escolheu Carpenter e outros seis pilotos para serem astronautas do programa espacial Mercury em 1959, na época em que os Estados Unidos entraram na corrida espacial com a então União Soviética.

O único membro da equipe do Mercury 7 que está vivo é John Glenn, 92 anos, aposentado como ex-senador do Estado de Ohio. Em 1962, Glenn tornou-se o primeiro americano a orbitar a Terra, e Carpenter era seu substituto na missão.

Mais tarde naquele ano, Carpenter fez seu voo espacial na nave Aurora 7 e completou três voltas ao redor da Terra no dia 24 de maio, semanas depois de completar 37 anos. O voo de menos de cinco horas fez com que ele se tornasse o segundo norte-americano a orbitar a Terra, uma experiência que o acompanhou até o fim da sua vida.

"Eu ainda lembro da emoção de estar lá em cima, eu gostei da sensação da estar sem peso, e a vista que eu tive da Terra", disse a uma revista da Universidade do Colorado no ano passado.

Astrônomos descobrem planeta solitário sem estrela

Ilustração artística mostra como seria o PSO J318.5-22 Foto: MPIA/V Ch. Quetz / Divulgação 
Astrônomos anunciaram na quarta-feira a descoberta de um planeta solitário fora do sistema solar, flutuando sozinho no espaço e sem girar na órbita de uma estrela. Chamado PSO J318.5-22, o planeta está apenas a 80 anos-luz da Terra e tem seis vezes a massa de Júpiter. Formado há 12 milhões de anos, ele é considerado novo entre os seus pares.

"Nunca tínhamos visto um objeto a flutuar livremente no espaço com esse aspecto. Tem todas as características dos jovens planetas descobertos ao redor de outras estrelas, mas vagueia completamente só", disse o chefe da equipe de pesquisadores, Michael Liu, do Instituto de Astronomia da Universidade do Hawai, em Manoa. "Questionei-me muitas vezes se esses objetos solitários existiriam e agora sabemos que sim", acrescentou.

Os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado no Astrophysical Journal Letters, acreditam que o novo planeta tenha uma massa mais leve que a dos demais corpos que flutuam livremente.

Durante a última década, os cientistas descobriram cerca de mil planetas extrassolares, mas apenas meia dúzia foi observada diretamente, já que muitos giram em torno de jovens estrelas, a menos de 200 milhões de anos e emitem muita luz.

Sonda registra estrutura 4 vezes mais profunda que Grand Canyon em Marte

O isolado Hebes Chasma é uma estrutura irregular moldada por forças tectônicas na superfície de Marte - e a imensa rede de cânions nos arredores contém "cicatrizes" que revelam a antiga história do Planeta Vermelho. A sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), voou sobre a região inúmeras vezes, mas divulgou nesta quinta-feira um inédito mosaico com oito imagens que mostram a área em mais detalhes do que quaisquer outros registros feitos até então.​
Esse chasma tem quase oito quilômetros de profundidade e se estende por 315 quilômetros na direção leste-oeste e 125 quilômetros de norte a sul no seu ponto mais comprido. A estrutura é pelo menos quatro vezes mais profunda que o famoso Grand Canyon, no Estado americano do Arizona - que, no entanto, é mais longa, com 446 quilômetros de extensão. O Hebes Chasma fica a aproximadamente 300 quilômetros a norte do sistema de cânions Valles Marineris. Sua origem é associada à região vizinha de Tharsis, onde se encontra o maior vulcão do sistema solar: o Olympus Mons.

No centro do Hebes Chasma há uma mesa (em geografia, uma área elevada de solo com um topo plano) que se ergue até um nível semelhante ao das planícies circundantes. Nenhum outro cânion em Marte tem características parecidas, e a origem dessa estrutura é incerta. Suas camadas incluem materiais vulcânicos - assim como nas paredes principais do cânion - mas também poeira levada pelo vento e sedimentos lacustres fixados ao longo do tempo. Um material enegrecido próximo à base do chasma pode indicar erosão dos sedimentos mais novos  nas áreas superiores ou a ação de vento - e até mesmo água. Uma teoria popular explica que a mesa teria se formado de material que acumulado em um lago.

Água encontrada em asteroide indica existência de exoplanetas habitáveis

Impressão artística mostra asteroide rico em pedras e água sendo despedaçado pela forte gravidade da estrela anã branca GD 61: essa é a primeira vez que água é encontrada além do Sistema Solar Foto: Mark A. Garlick, space-art.co.uk, Universidade de Warwick e Universidade de Cambridge / Divulgação 
Astrônomos anunciaram a descoberta da primeira evidência de água em um corpo celeste rochoso vindo de fora do Sistema Solar. Através dos destroços de um asteroide que orbitava uma estrela exaurida – ou anã branca –, os cientistas determinaram que a estrela GD 61 e seu sistema planetário, localizado a aproximadamente 150 anos-luz do nosso planeta e em seus últimos momentos de vida, têm o potencial de abrigar exoplanetas semelhantes à Terra. Essa é a primeira vez que tanto água quanto uma superfície rochosa – dois aspectos considerados fundamentais para a existência de planetas habitáveis e, portanto, vida – foram encontrados juntos além do nosso sistema solar.
A Terra é essencialmente um planeta "seco", com apenas 0.02% de sua massa contendo água de superfície, o que significa que oceanos surgiram depois que o planeta tinha se formado: provavelmente quando asteroides cheios de água vindos do Sistema Solar colidiram contra o nosso planeta. Pesquisadores das universidades de Cambridge e Warwick que publicaram o estudo na revista Science acreditam que o mesmo "sistema de entrega" de água possa ter ocorrido no distante sistema solar dessa estrela.

Evidências obtidas com base em análises do telescópio espacial Hubble e do observatório astronômico Keck, no Havaí, sugerem que esse sistema continha um tipo similar de asteroide rico em água – o mesmo que teria trazido o elemento pela primeira vez à Terra. O corpo celeste analisado é composto por 26% de água em sua massa, quantidade bastante parecida à de Ceres, outrora considerado o maior asteroide do Sistema Solar e hoje um planeta anão. Ambos têm muita mais água em sua composição do que a Terra.
"A descoberta de água em um grande asteroide significa que a 'pedra fundamental' de planetas habitáveis existiu – e talvez ainda exista – no sistema da GD 61, e provavelmente também ao redor de um número significativo de estrelas similares", afirmou Jay Farihi, do Instituto de Astronomia de Cambridge, um dos autores da pesquisa.

Os astrônomos descrevem a descoberta como "um olhar para o nosso futuro" já que, daqui a seis bilhões de anos, talvez, astrônomos de outros planetas estudando os destroços ao redor do Sol – então extinto, sem hidrogênio – poderão chegar à mesma conclusão: que os planetas terrestres uma vez orbitaram a nossa estrela-mãe.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Irã anuncia que lançará novo satélite ao espaço

O Irã lançará ao espaço um novo satélite chamado Tadbir, anunciou nesta terça-feira o chefe da Organização Espacial iraniana, Akbar Torkan, em declarações divulgadas pela agência local de notícias iraniana Mehr.

Segundo Torkan, Tadbir, que será lançado ao espaço dentro de um mês, "tem novas capacidades no campo de tecnologia espacial e pertence a uma nova geração dos satélites especiais", por isso que elevou um degrau em nível da tecnologia do país.

O chefe da Organização Espacial iraniana também reiterou que dentro de dez anos, o Irã deve enviar um astronauta ao espaço, para o qual já está fazendo as provas necessárias com seres humanos.

Em 28 de janeiro, o Irã lançou ao espaço um foguete denominado Pishgam com um macaco a bordo, que segundo meios de comunicação oficiais alcançou uma altura de 120 quilômetros dentro de uma missão que supôs "um êxito", já que foi enviado ao espaço um ser vivo com uma fisiologia parecida à humana e este sobreviveu ao experimento.

O desenvolvimento dos foguetes espaciais, que utilizam a mesma tecnologia que os mísseis balísticos de longo alcance, causa preocupação entre os países ocidentais, especialmente nos EUA e Israel, que acusam Teerã de trabalhar em segredo em um programa militar de mísseis e em outro nuclear.

Após um mês, nova sonda lunar da Nasa entra na órbita da Lua

A política pode estar mantendo a maior parte dos funcionários da Nasa em casa, mas isso não impediu a nova sonda lunar da agência espacial dos Estados Unidos de atingir a órbita da Lua, disseram autoridades na segunda-feira. A Ladee (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer) foi lançada em 6 de setembro a bordo de um pequeno foguete que colocou a nave espacial em órbita elíptica em torno da Terra.

Após três voltas ao redor do planeta, no domingo a Ladee atingiu a posição precisa para acionar seu foguete de propulsão próprio, deixando-se capturar pela gravidade da lua e entrar em órbita lunar. O momento não foi a ideal. A paralisação parcial em curso do governo federal dos EUA dispensou cerca de 97% dos 18 mil funcionários da Nasa.

Mas entre os que continuam a trabalhar estão os controladores de voo da Ladee, responsáveis por monitorar a manobra com uma única chance de acertar, disse o cientista e projetista Gregory Delory, em um centro de pesquisa em Moffet Field, Califórnia.

Pelas próximas duas semanas, a Ladee irá ajustar sua órbita para que fique a 250 km da superfície lunar, uma posição privilegiada para o estudo dos gases que envolvem a Lua e buscar poeira com carga elétrica que emana do solo.

O impasse governamental não deve afetar uma demonstração das comunicações via laser da Ladee planejada para antes do fim de outubro, disse Delory.

Há 54 anos, sonda fazia primeiras imagens do "lado negro" da Lua

 
No dia 7 de outubro de 1959, a sonda soviética Luna 3 fez as primeiras imagens do "lado negro" da Lua. Em 40 minutos, a sonda fez 29 imagens que cobrem 70% da face "escura". Como nosso satélite natural mostra sempre a mesma face para a superfície da Terra, não tínhamos antes registros do outro lado. A primeira imagem foi tirada quando a Luna 3 estava a 63,5 mil quilômetros da superfície do satélite natural. Na última, ela estava a 66,7 mil. Ao todo, 17 imagens foram escaneadas com sucesso e enviadas para Terra em 18 de outubro, quando a sonda Luna 3 alcançou uma posição favorável para a transmissão das imagens.
O "lado escuro" foi considerado pelos cientistas bem diferente do outro, principalmente pela falta de "regiões escuras". Elas foram chamadas de Mare Moscovrae (hoje rebatizado Mare Moscoviense, "Mar de Moscou") e Mare Desiderii ("Mar dos Sonhos"). Mais tarde, descobriu-se que esta região na verdade era dividida em duas. A segunda foi chamada de Mare Ingenii ("Mar da ingenuidade"). O nome Mare Desiderii não é mais reconhecido pela União Astronômica Internacional.

O programa lunar da extinta União Soviética - que completou 20 missões entre 1959 e 1970 - perdeu contato com a Luna 3 em 22 de outubro de 1959, quatro dias depois do envio das imagens do lado oculto da Lua. O destino da sonda é desconhecido até hoje: ela pode ter queimado na atmosfera da Terra em meados de 1960 ou pode ter sobrevivido em órbita até o final de 1962.


Funcionário da Nasa trabalha cheirando tudo o que vai para o espaço

Imagine que você chegue em casa e de repente se dê conta de que algo cheira mal. A solução pode ser simples: abrir a janela, acender um fósforo e se desfazer do objeto podre. Mas o que faz um astronauta se acontecer a mesma coisa quando ele está longe da Terra, confinado em um espaço muito restrito?

Não há uma resposta fácil. Mas consciente dessas limitações, a Nasa, a agência espacial americana, conta com um batalhão de cerca de 25 pessoas que têm a responsabilidade de cheirar praticamente tudo o que vai ao espaço: desde os trajes e ferramentas de trabalho até os objetos pessoais, como absorventes íntimos, lenços, ursos de pelúcia ou maquiagem.

O mais experiente desse grupo é George Aldrich, que há quase 40 anos trabalha com seu nariz e é conhecido hoje como "o super-rastreador" ou o "cheirador-chefe" da Nasa.

Seu trabalho, ainda que às vezes seja um tanto desagradável, é importante para a segurança espacial, segundo a Nasa: um cheiro fétido pode distrair o astronauta - ou pior, deixá-lo doente - até o ponto que não possa cumprir com suas funções críticas no voo. E ninguém quer cancelar uma custosa missão espacial, após anos de pesquisa e desenvolvimento, simplesmente por causa de um cheiro insuportável.

Recorde de cheiro
A BBC falou com Aldrich em seu laboratório de testes em White Sands, no Estado americano do Novo México, para descobrir mais detalhes de seu trabalho pouco usual. Ele diz com orgulho que tem o recorde de testes de cheiro da Nasa: participou de 868 missões olfativas, mais de 250 a mais que qualquer outro cientista.

Também fala com satisfação que é uma das poucas pessoas do mundo que tem o nariz certificado pela Nasa e acrescenta que já cheirou tantas coisas que não poderia enumerá-las todas.

O que ele se lembra -sem tanto orgulho, mas com humor - é das ocasiões em que teve que trabalhar com objetos realmente fedidos. Aldrich conta, por exemplo, que uma vez sua equipe foi encarregada de estudar as bolsas nas quais são depositados os dejetos da Estação Espacial Internacional.

Os astronautas haviam relatado que sentiam um cheiro ruim e, para descobrir a falha, os cheiradores da Nasa tinham que se aproximar o máximo possível da realidade do espaço.

Isso implicava encher as bolsas de pacotes de comida, fraldas usadas e até o vômito dos astronautas. Sim, porque longe do glamour que os rodeia, os homens que saem da Terra usam fraldas quando fazem caminhadas espaciais e sofrem com enjoos.

Aldrich e sua equipe tiveram que guardar e analisar a mistura durante 18 dias - o tempo médio de uma expedição espacial -, mas ao terceiro dia chegaram à conclusão: "Eles precisarão encontrar uma bolsa melhor do que esta", relembra.

O relato pode soar estranho e bastante explícito, mas revela um lado importante e pouco explorado das expedições espaciais. As naves em que viajam os astronautas têm de fato a fama de serem fedorentas e, com o tempo, os cheiradores não têm escapatória.

É importante garantir que quando estão vendo nosso mundo de longe, os astronautas estejam preocupados o menos possível com dilemas olfativos.

Calibrar os narizes
Ainda que possa soar simples, não é fácil prever o que pode estar com mau cheiro no espaço. Os especialistas da Nasa fazem um trabalho minucioso.

Quase todos os materiais que podem estar nos compartimentos onde viajam os astronautas devem ser ser cheirados para prevenir mau cheiro e todos, sem exceção, precisam ser analisados para determinar sua toxicidade.

Assim, Aldrich e sua equipe recebem uma mostra do objeto, a embalam e a esquentam a quase 50 graus Celsius. Estudam os vapores que se desprendem e, ao se certificarem de que não são tóxicos, passam a explorar seus odores.

Em um dos últimos testes, cinco pessoas foram convocadas aleatoriamente entre os 25 "cheiradores". Uma enfermeira examina suas gargantas e narizes para descartar problemas de saúde e, então, eles passam a "calibrar seus narizes".

Recebem uma série de garrafas com diferentes odores (como menta, vinagre e éter) e, se conseguem reconhecê-los, passam a estudar o objeto que será enviado ao espaço.

Tomam os mesmos vapores que utilizaram para a prova de toxicidade, os diluem com ar limpo, põem uma máscara e pegam uma seringa. Recolhem com a seringa os vapores diluídos e os expulsam na máscara. Como regra geral, não olham para o que estão cheirando para não serem influenciados pela aparência.

Em seguida atribuem nota de 0 a 4: zero, para o que não tem cheiro e quatro para o cheiro repugnante. Se a média final entre as notas de todos os julgadores é maior ou igual a 2,4, o objeto não vai para o espaço.

Finalmente, uma enfermeira volta a examinar os especialistas para evitar efeitos secundários: em uma ocasião, ao cheirar um documento que continha os planos voo, os cinco "cheiradores" acabaram com bolhas no nariz e na garganta por causa da tinta utilizada na impressão.

Esses pequenos inconvenientes não afetam Aldrich, que repete este procedimento há décadas e diz o conhecer de cor. Mas, aos 58 anos, acredita que seu nariz já não é tão eficiente como antes.

Ele sonha bater a marca de mil missões olfativas, mas duvida que consiga. "Se tiver sorte, talvez chegue as 900", conclui.

sábado, 5 de outubro de 2013

Mesmo com paralisação do governo, Nasa não descarta missão a Marte

A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos também interferiu no portal da Nasa na internet, que ficou fora de serviço, mas a agência espacial mantém o plano de lançamento da cápsula Maven, que estudará Marte a partir de sua órbita.

"Já estamos reiniciando o processamento da cápsula no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e trabalhamos para realizar o lançamento no dia 18 de novembro", relatou Bruce Jakosky, investigador principal da missão de estudo de Marte.

A paralisação do governo Federal fez com que a Nasa desse licença sem pagamento de salários para 97% de seus funcionários e cessasse a maior parte de suas operações.
A disputa entre a maioria republicana na Câmara dos Representantes e o governo do presidente Barack Obama sobre o orçamento também chegou a ameaçar essa missão de US$ 650 milhões, cujo período propício para lançamento termina no dia 17 de dezembro.

A próxima oportunidade para o lançamento da cápsula Maven não ocorrerá até o início de 2016, quando a Terra e Marte voltarão a se alinhar de maneira apropriada.

No entanto, a Nasa determinou que a Maven como uma exceção de emergência devido a sua importância como enlace de comunicações entre a Terra e as sondas Curiosity e Opportunity, que os Estados Unidos já levou a Marte.

"Os robôs exploradores têm agora o apoio das cápsulas orbitais Mars Oddysey, lançada em 2001, e Mars Reconnaissance, lançada em 2005", explicou Jakosvsky. "O lançamento da Maven em 2013 protege as missões que já operam em Marte", completou.

A cápsula Maven e seus instrumentos estão desenhados para que os cientistas averigúem como a atmosfera tênue de Marte, composta majoritariamente de dióxido de carbono, mudou com o tempo e como essas mudanças podem ter afetado a capacidade do planeta vermelho em sustentar vidas.

Se o lançamento ocorrer de acordo com o programado, a Maven chegará à órbita de Marte em setembro de 2014.

Explosão de estrela 4D pode ser origem do universo, diz estudo

Os restos da supernova SN 1006, que explodiu há 1 mil anos. Segundo estudo, uma supernova 4D pode ter dado origem ao nosso universo Foto: NRAO/AUI/NSF/GBT/VLA/Dyer, Maddalena & Cornwell, X-ray: Chandra X-ray Observatory; NASA/CXC/Rutgers/G. Cassam-Chenaï, J. Hughes et al./0.9-metre Curtis Schmidt optical telescope; NOAO/AURA/NSF/CTIO/Middlebury College/F. Winkler and Digitized Sky Survey / Divulgação 
No início, tudo era uno, pequeno e muito denso. Após um evento cósmico, ocorrido há 13 bilhões de anos, essa energia concentrada começou a se expandir rapidamente, dando origem ao universo como o conhecemos hoje. Essa teoria da criação do universo, chamada de Big Bang, costuma ser bem aceita no meio acadêmico. Mas uma pesquisa canadense, publicada em setembro, sugere um início diferente para a história.
osmologistas do Instituto Perimeter de Física Teórica, da Universidade de Waterloo, no Canadá, especularam que nosso universo pode ter se formado a partir da explosão de uma estrela de quatro dimensões espaciais (4D), originando um buraco negro. Após essa supernova, os restos de matéria podem ter formado uma membrana em 3D, que está em constante expansão – ou seja, o nosso universo.
Adeus, singularidade
Em um primeiro momento, pode-se pensar que a grande novidade seria a possibilidade de nosso universo ser apenas uma pequena camada de algo muito maior. Mas, até aí, não há nada que confronte o Big Bang, que apenas explica a expansão do universo, e não o que há antes e além dele. O ponto central é a origem dessa expansão. Enquanto a nova teoria defende que o início foi a explosão da estrela 4D, a teoria que conhecemos hoje diz que tudo começou a partir de um ponto infinitamente denso – o conceito de singularidade – que começou a se expandir.

Segundo o astrofísico Niayesh Afshordi, do Instituto Perimeter de Física Teórica, o ponto de partida da pesquisa não foi a supernova, mas sim a possibilidade de pertencermos a uma fatia de um universo 4D, como propunha um trabalho publicado em 2000 por físicos da Universidade Ludwig Maximilians, de Munique. “A origem da pesquisa foi verificar se a ideia de vivermos em uma membrana de uma dimensão maior poderia lançar luz à natureza do Big Bang”, explica. A partir daí, chegou-se a um novo cenário. “Começamos com a hipótese de que nosso universo é uma membrana 3D em volta de um buraco negro 4D, mas fomos levados à possibilidade de que essa membrana tenha emergido a partir do colapso de uma estrela 4D, como uma supernova”.
Assim como em um universo 3D existem objetos bidimensionais, no horizonte de eventos de um buraco negro 4D pode haver objetos tridimensionais – hiperesferas. Tendo em vista isso, a equipe de Afshordi se deu conta de que esse buraco negro poderia se originar a partir da explosão de uma estrela 4D. O passo seguinte foi simular esse colapso, e o resultado foi que o material ejetado formou a membrana 3D na qual supostamente vivemos. A membrana é um conceito da Teoria-M – que foi pensada a partir da Teoria das Cordas –, na qual o universo possui 11 dimensões - não apenas as quatro que conhecemos -, e tudo é formado por membranas.

Além de ter realmente lançado luz à gênese do universo em expansão, como a ideia que motivou o estudo propunha, a teoria de Afshordi e seus colegas também pode ajudar a responder outra questão controversa do Big Bang. Hoje, nosso universo tem uma temperatura relativamente uniforme, o que alguns cientistas consideram contraditório, considerando que ele começou a partir de uma caótica explosão. Segundo eles, não teria havido tempo suficiente para que todas as partes desse universo tivessem equilibrado suas temperaturas. 

A maioria dos cosmologistas defende que essa expansão não começou a partir de uma grande explosão, e sim de uma desconhecida forma de energia que fez com que a matéria, densa e homogênea, inflasse em uma velocidade superior à da luz. Sendo o universo uma membrana surgida a partir de uma estrela 4D, de acordo com Afshordi, dela foi herdada a condição homogênea. “A temperatura uniforme poderia existir porque a estrela, antes do colapso, teve um longo tempo para alcançar o equilíbrio”, pontua.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Nasa completa 55 anos com planos de levar humanos a Marte até 2030

A Nasa começa nesta terça-feira seu 56º ano de operações e, além de celebrar as conquistas do passado, tratou de expôr alguns de seus planos para o futuro. A agência espacial americana pretende expandir o acesso comercial à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) - possibilidade recente, que teve início com a permissão de espaçonaves privadas levarem ferramentas e mantimentos para a casa dos astronautas no espaço - e desenvolver um novo foguete para enviar seres humanos mais longe do que jamais foram - projeto que terá início com uma missão para capturar um asteroide e rebocá-lo até a Lua na próxima década.
"Estamos explorando além da Terra, para a Terra, revelando mistérios do nosso Sistema Solar e perscrutando o início do Universo, tudo enquanto desenvolvemos tecnologias para permitir à Nasa manter as missões atuais e as futuras, e melhorar a vida aqui mesmo, na Terra", afirmou a agência em um comunicado divulgado em seu site.

A Nasa aproveitou para relembrar os feitos de exploração espacial atingidos até hoje - um legado de descobertas que abre portas para o futuro, na visão da agência americana. Doze humanos foram enviados para caminhar e trabalhar na Lua, oito veículos tentaram explorar Marte - onde acaba de ser encontrada água - e uma sonda ultrapassou a barreira do Sistema Solar, atingindo o espaço interestelar. A Terra foi extensivamente estudada, assim como cada outro planeta no Sistema Solar e o próprio Sol, no centro de tudo.
A construção da Estação Espacial Internacional também foi aclamada pela Nasa: maior do que uma casa com cinco quartos, onde humanos vivem e trabalham fora do planeta desde novembro de 2000. Os mais de 30 anos de missões espaciais ainda foram lembrados, assim como o lançamento de telescópios como o Hubble - cujo criador morreu há 60 anos. O desenvolvimento de tecnologias que hoje tornam mais segura e sustentável a aviação. "Há coisas demais para listar todas... e ainda não terminamos", escreveu a agência espacial americana.

O plano de enviar humanos a Marte até a década de 2030 recebeu destaque como um dos principais projetos vindouros, e talvez o que a agência aprendeu - e ensinou - desde décadas atrás, quando chegou à Lua, possa ser futuramente aplicado na construção de uma colônia no planeta vermelho.

Rússia retoma com êxito lançamento de foguetes Proton

A Rússia realizou o lançamento bem sucedido de um foguete Proton-M, quase três meses depois de suspender estes lançamentos pela exposição de um deles que desprendeu na atmosfera combustível altamente tóxico.

Um foguete Proton-M, levando a bordo o satélite de telecomunicações Astra-2E, de Luxemburgo, foi lançado no domingo às 18h38 de Brasília do cosmódromo de Baikonur, nas estepes do Cazaquistão, anunciou a agência espacial Roskosmos em um comunicado.

Minutos depois, a planta superior do foguete Briz-M, que transporta o satélite luxemburguês SES, se separou do restante do foguete, conforme estava previsto.

Em 2 de julho, um foguete Proton que transportava três satélites para o sistema de navegação Glonass mudou de trajetória pouco após a decolagem e explodiu, deixando na atmosfera quase 600 toneladas de combustível altamente tóxico.

A investigação concluiu que a explosão se deveu a um erro na instalação de três girômetros. Foi o último acidente de uma série de fracassos no programa espacial russo.

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