
Após cerca de três meses, a Nasa - a agência espacial
americana - desistiu de tentar restaurar a operação do telescópio Kepler
de busca por novos planetas. O equipamento estava desde maio com duas
dos quatro rodas de reação - que movimentam e posicionam o Kepler - sem
funcionar (ele precisa de pelo menos três).
Segundo a Nasa, a primeira roda parou de funcionar em
julho de 2012. Em novembro, o telescópio completou sua missão inicial e
começou uma missão estendida que deveria durar quatro anos. Contudo, uma
segunda roda falhou em maio deste ano.
No dia 8 deste mês, a missão reavaliou a condição do
telescópio e chegou à conclusão de que não era possível recuperar as
rodas. Sem três desses equipamentos em funcionamento, o Kepler não
consegue a precisão necessária para coletar dados de exoplanetas. Mesmo
assim, a Nasa comemora as descobertas feitas - e as que ainda virão dos
dados coletados e ainda não explorados.
"No início da missão, ninguém sabia se planetas do
tamanho da terra eram abundantes na galáxia. Se eles fossem raros, então
deveríamos estar sozinhos", diz William Borucki, investigador-chefe do
Centro de Pesquisa Ames, na Califórnia. "Agora, com as observações do
Kepler completadas, os dados têm a resposta para a pergunta que inspirou
a missão: as Terras em zonas habitáveis de estrelas como nosso Sol são
comuns ou raras?"
Apesar de não poder mais caçar planetas, o Kepler ainda
pode ser usado para outras pesquisas - pelo menos é o que os engenheiros
e cientistas da Nasa estão tentando fazer. No dia 2, a agência espacial
pediu por contribuições da comunidade científica para tentar descobrir
usos para o telescópio e suas duas rodas.
Nos quatro anos de sua missão primária, o Kepler
identificou 135 exoplanetas e 3,5 mil "candidatos". O time do Kepler
passa agora a analisar os dados coletados, principalmente em busca dos
tão esperados planetas de tamanho similar à Terra em zonas habitáveis.
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